Regresso de assassinatos de mulheres camponesas preocupa moradores de Cafunfo

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O tráfico de pessoas, órgãos e partes do corpo humano, independentemente das formas que possa revestir, constitui, sem dúvida, uma das mais graves violações dos direitos humanos, podendo ser considerado como uma verdadeira “epidemia” lesiva da dignidade humana e da liberdade individual.

Jordan Muacabinza|Cafunfo

A notícia do alegado assassinato de uma mulher de 65 anos de idade, chocou os últimos dias, os moradores da vila mineira de Cafunfo, numa altura em que a Polícia Nacional garantiu estar à procura dos supostos autores pelo crime que se encontram “desaparecida”.

Tito Muana Úta, filho da malograda, contou que a sua mãe, camponesa de 65 anos de idade, tinha saído numa segunda-feira, 25 de Setembro deste ano, e como de sempre, despediu aos familiares que iria a lavram, mas que voltaria no dia seguinte.

Os filhos insistiram que a progenitora não passasse a noite na lavra, mas em resposta, segundo o relato do filho, a mãe disse que iria acabar as últimas “mibangas” e tão logo terminasse regressaria para casa, “o que não aconteceu”.

Já no dia seguinte, como a sua mãe não regressou a casa, contou o filho lacrimejando, a família foi surpreendida com notícia “muito triste”, que a sua mãe foi morta pelos marginais.

A Polícia Nacional (PN) e o Serviço de Protecção Civil e Bombeiros (SPCB), que em companhia dos familiares se deslocaram até à lavra onde foi encontrado o corpo sem vida com vestígios de espancamentos pela cabeça, sem um dos olhos, com língua amputada e de seguida foi carbonizada.

Mulheres apontam de ter havido tráfico de órgãos sexuais em Cafunfo

O tráfico de pessoas é um fenómeno universalmente difundido. No entanto, em algumas áreas ou no contexto de Cafunfo, tem sido reportado que a extração de órgãos humanos desde os meados de 2008 a 2013, o tráfico não tem finalidades cirúrgicas, mas sim,   destina-se a prática de “rituais de feitiçaria ou magia.

Segundo alguns populares muitos “boss vendedores de diamantes” precisam de sacrifícios para melhor se enriquecer ilicitamente, pois há relatos de roubo de órgãos genitais como ocorreu no caso reportado em Cafunfo, em que a camponesa Santa Abreu, foi removida os órgãos antes de ser carbonizada.

“Essa prática destina-se em rituais de feitiçaria e muitos bosses estão por detrás disso”, contou uma fonte.

Para os habitantes de Cafunfo, “o regresso de remoção de órgãos humanos de camponeses, tem haver com o regresso massivo de boss estrangeiros de várias nacionalidades”, facto que está a ser condenado por membros da sociedade civil, que perante este cenário, apelam que se coloque um basta na onda de assassinatos na região Cuango.

Conceição Muandembo, que se dedica ao campo, lamentou que o regresso de assassinatos com a remoção de órgãos sexuais, ameaça a segurança das pessoas e das mulheres em particular e teme que a comunidade opte por ficar em casa para não correr o risco de ser a próxima vítima.

Laurinda Kabeia, outra camponesa revoltada com a situação, disse à Rádio Angola que “está solidária com os familiares da vítima” e defende uma manifestação generalizada contra tais actos que violam os direitos humanos.

“Brevemente vamos convocar todas as sociedades de mulheres para sairmos à rua, pois estão a nos matar e o silêncio das autoridades denota cumplicidade do Governo”, disse.

As mulheres da vila de Vila de Cafunfo, apelam a intervenção da Primeira-Dama da República, Ana Dias Lourenço, com vista a pôr fim às mortes de senhoras que acabam com a remoção dos seus órgãos genitais.

Radio Angola

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