Regime impede líder da CASA-CE de visitar activistas presos
Na manhã desta sexta-feira, 27, os serviços prisionais de Angola impediram o Presidente da CASA-CE, Manuel Fernandes, de visitar quatro ativistas políticos na prisão de Calomboloca, situada a cerca de 104,2 quilômetros do centro de Luanda, o que equivale a uma viagem de aproximadamente 1 hora e 42 minutos pela estrada EN100.
Os activistas que seriam visitados são Gildo da Silva Moreira, mais conhecido como “Tanaice Neutro”, Hermenegildo André, também conhecido como “Gildo das Ruas”, Abrão Pedro Santos e Adolfo Campos.
Segundo o Club-K, as razões para o impedimento não foram justificadas. Em entrevista à Radio Despertar, Rosa Mendes, esposa de Adolfo Campos, lamentou a conduta das autoridades angolanas, ressaltando que o ativista tem o direito a duas visitas por dia.
Os quatro activistas foram detidos em 16 de setembro de 2023, quando tentavam organizar um protesto contra as medidas restritivas à circulação de mototáxis anunciadas pelo governo provincial de Luanda. Eles foram acusados de desobediência e resistência e condenados a dois anos e cinco meses de prisão efetiva.
A prisão de Calomboloca é uma unidade de segurança máxima, construída em 1976, e é a maior prisão do país, abrigando cerca de 3.000 prisioneiros, incluindo condenados por crimes graves como homicídio, terrorismo e tráfico de drogas.
Essa prisão é conhecida pelas suas condições precárias, nas quais os prisioneiros frequentemente sofrem abusos físicos e psicológicos. Em 2022, a prisão foi alvo de uma investigação da Organização das Nações Unidas, que concluiu que as condições de detenção eram “desumanas e degradantes”.