Presos morrem na Lunda Norte e ativista aponta para falta de assistência médica
Três cidadãos morreram nos últimos dias dentro das celas da polícia na província angolana da Lunda Norte por alegada falta de assistência médica, segundo denúncia de ativistas locais dos direitos humanos.
De acordo com relatos, dois detidos foram encontrados mortos na cela da corporação do Municipal do Cuango e outro na Cadeia de Cacanda, na cidade do Dundo, capital da província, devido às condições descritas como “desumanas” a que são submetidos os detidos sob prisão preventiva, naquela região”.
O activista dos direitos humanos Jordan Muacabinsa disse à Voz da América que duas vítimas morreram de tuberculose e de diarreia contraídas dentro das celas da corporação.
“Se não houver intervenção urgente das autoridades, muitos outros presos podem morrer nas próximas horas, tudo isso pela cumplicidade de quem devia regular a lei”, avisa Muacabinsa.
Uma das vítimas foi identificada por Sandoque Benjamin Cassemo, que estava detido sob a acusação de estar supostamente implicado no crime de vandalização de um poste de eletricidade tendo estado detido durante cinco meses, “sem ser ouvido”.
Outro jovem chamado de Juca faleceu na Cadeia de Cacanda e foi enterrado na semana passada no cemitério de Cafunfo.
Ele era acusado de estar envolvido no crime de transmissão dolosa do HIV-Sida.
Jordan Muacabinza afirma que três outros detidos estão igualmente em perigo de morte por se encontrarem “muito debilitados” em decorrência de infeção pulmonar e e alerta para o risco de contagiar outros.
“Se a lei protege todos os cidadãos, por que os presos do Cuango têm de morrer por excessos de prisão preventiva?”, interroga-se aquele ativista que pediu a intervenção do Procurador Geral da República, Hélder Pitta Grós.
O comissário Gerson Vieira Miguel “Paposseco”, comandante da Polícia Nacional na província da Lunda-Norte, diz tratar-se de cidadãos “que vão para as cadeias já com uma série de doenças” e nega que tenha havido negligência na prestação de assistência médica aos mesmos.
“Não é nada que possa indicar falta de humanidade ou falta de atenção aos nossos concidadãos mas é mesmo por doença. Por exemplo, o camarada que morreu já era doente de HIV-Sida e violou uma menor”, conclui aquela responsável da Polícia Nacional.
VOA