Presos da Comarca Central de Luanda (CCL) revoltam-se contra “péssimas” condições da cadeia”
São mais de 150 reclusos, entre detidos e condenados, que decidiram partir para um protesto pácifico, para exigir da direcção dos Serviços Prisionais melhor alimentação, assistência médica e tratamento condigno a todos os presos.
Fonte: Radio Angola
Em denúncia a Rádio Angola a partir da Comarca Central de Luanda (CCL) alguns dos reclusos descrevem que os presos naquela penitenciária “são tratados de forma desumana”, facto que terá motivado a “revolta” dos homens que se encontram atrás das grades, por isso “desde terça-feira, 02 de Maio, começamos com uma manifestação pácifica aqui na CCL de não descermos ao refetório para alimentação”
Segundo contam, decidiram avançar com a greve de fome de maneira colectiva, abstendo-se de irem ao local onde são servidas as refeições que para os presos “é um tipo de comida que não servem para a dignidade da pessoa humana”.
“Não temos boa alimentação nem assistência médica. E, com esse tipo de comida que nos dão, não sabemos como sairemos daqui após o cumprimento das penas”, lamentam, acrescentando que “a alimentação não tem sido bem confeccionada e, em consequência disso, muitos estão doente sem assistência médica”.
Os reclusos dizem que já aprsentaram várias as suas reclamações junto dos responsáveis da Comarca Central de Luanda, mas o director da CCL de acordo com a fonte da Rádio Angola “continua a fazer ouvidos de mercador”, ignorando deste modo o “clamor” dos homens que estão privados de liberdade.
Face ao “silêncio” das autoridades da Comarca Central de Luanda (CCL), no dia 03 de Maio, por voltas das 12 horas, os presos negaram tomar os alimentos que são servidos no refeitório, uma situação que terá criado fortes tumulto nas casernas.
Nos factos relatados à Rádio Angola pelos reclusos que preferiram o anonimato por razões de represálias, afirmaram que “o nosso protesto não agradou os responsáveis da cadeia, tendo os efectivos dos Serviços Prisionais e da Polícia de Intervenção Rápida (PIR) usado a força com vista a reprimir-nos”.
“Nós só queriamos a presença do senhor Quintino, do director da Comarca Central de Luanda, mas infelizmente os agentes dos Serviços Prisionais e da Polícia de Intervenção Rápida (PIR), responderam-nos com tiros e gás lacrimogêneo”, contaram.
Em consequências do lançamento do gás lacrimogêneo, relatam aqueles presos, vinte reclusos ficaram desmaiados por largas horas, sem no entanto, qualquer intervenção das autoridades para os primeros socorros.
Acompanhe o clamor dos reclusos da Comarca Central de Luanda (CCL) que exigem melhores condições aos presos:
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