População do Cuango manifesta-se revolta com encerramento da Universidade Lueji A’nkode

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Para contestar a decisão do encerramento da única instituição superior no Cuango, os descontentes, entre estudantes, militantes do MPLA e da oposição, membros da sociedade civil e população em geral, convocaram o dia 4 de Fevereiro deste ano, uma manifestação pacifica, contra o governador, Ernesto Muangala.

Jordan Muacabinza | Cafunfo
Fonte: Rádio Angola

Os habitantes entendem que, Escola Superior Politécnica constitui o único ganho obtido pela população durante os 45 anos de governação do MPLA, no poder desde 1975, altura em que Angola conquistou a Independência Nacional, pelo que apelam a reabertura da mesma instituição pública.

O ex-Presidente da República, José Eduardo dos Santos dizia que, com aumento de instituições de ensino representava um grande investimento económico que se traduziria em desenvolvimento humano.

“Agora se impõe que haja mais investimentos para melhorar a qualidade do ensino que é prestado nas nossas escolas e universidades”, dizia o então Chefe de Estado.

No Cuango, a Universidade Lueji A’nkonde, foi encerrada por “ordens” do governador, Ernesto Muangala, pelo que a população agendou para os próximos dias, a realização de uma onda de manifestações na sede do município do Cuango.

O Ensino Superior em Angola tem vindo a ser alvo de grande desenvolvimento ao longo das últimas décadas em grande medida potenciado por acções de melhoria das instituições, do maior investimento público e do reforço da legislação sobre este nível de ensino.

Com o fim da guerra civil em 2002, foi possível expandir o Ensino Superior a nível nacional. A democratização da Universidade Agostinho Neto (única universidade publica) e a criação de seis universidades públicas em 2009 configuram uma tendência para uma desconcentração territorial do sistema universitário.

O descontentamento dos habitantes do Cuango surge no seio dos estudantes universitários, que depois de terem tomado o conhecimento de que a escola Superior Politécnico (Universidade Lueji A’nkonde) foi encerrada pela orientação do “ditador Ernesto Muangala”, a referida instituição, segundo várias fontes, passará a ser um sala anexa dependendo da Universidade Lueji A’nkode do Dundo.

De acordo com os habitantes, a referida instituição a que o governador Muangala orienta encerrar de forma propositada, surge na razão de facilitar habitantes da área sul da província, dada a distância, entre o Cuango, Caungula, Capenda-Camulemba, Xa-Muteba, Lubalo, Cuilo e a sede da província, que dista a vários km dos municípios da área sul.

A população entendia que, com esta iniciativa do Executivo de erguer uma Escola Superior Politécnica, mostrava grande honra do governo ao povo do leste, pois este gesto mostrava que a Lunda-Norte ganhava um posto.

“Esse espírito de encerrar a instituição é maquiavélico, tendencioso e prepotência do ditador que governa a província há 13 anos”, afirmam os populares que ao mesmo tempo exigem da Assembleia Nacional o esclarecimento público quanto ao encerramento da Escola Superior.

“Será que a população do Cuango não é angolana, qual o pecado que esse povo cometeu que leva ao executivo angolano a discriminar totalmente, senhores deputados”, questionou o ancião Domingos Matando Abreu.

Entretanto, os activistas e defensores de direitos humanos na Lunda-Norte afirmaram à Rádio Angola que “esta tendência de encerrar a Universidade Pública é iniciativa principal do governador, porque, num encontro com Ernesto Muangala no dia 11 de Abril de 2019, com a juventude, o governante havia afirmado o encerramento da referida unidade estudantil”.

No cruzamento dos factos, fontes da administração do Cuango contactadas por este portal garantem que a Universidade em causa estava para ser encerrada, mas devido a polémica gerada no seio da população estudantil e não só, “com a ajuda da Administração Municipal, a mesma foi recuperada”.

A fonte da Rádio Angola disse ainda que, apesar de a instituição estar a administrar um único curso de Pedagogia, “desta vez, foi recompensada com mais três cursos, nomeadamente Geologia, Economia, e Saúde”, conclui.

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