População da comuna do Luremo critica “falsas” promessas do governador Ernesto Muangala
A população que reside na comuna do Luremo, município do Cuango, província da Lunda-Norte entregou recentemente uma carta à comissão multissectorial sobre a nova divisão político-administrativa, cuja ascultação está em curso, onde contem várias promessas feitas pelo actual governador, Ernesto Muangala, que há mais de 13 anos, dirige os destinos da província rica em diamantes.
Jordan Muacabinza | Cafinfo
Entre as promessas, alegadamente feitas pelo governador aos habitantes da comuna do Luremo, tido como um “bastião” do MPLA, seria elevar a comuna do Luremo à categoria de município durante o consulado de Ernesto Muangala, o que segundo os munícipes não está a acontecer.
Ao também primeiro secretário provincial do MPLA na Lunda-Norte, é apontado pelos moradores do Cuango, Cafunfo e Luremo, de não honrar com as suas “promessas falsas”, que passariam por melhorar as condições de vida das populações locais, mas “na prática nada se vê”, lamentam.
A comuna de Luremo é considerado “o único bastião” do MPLA no município do Cuango, uma realidade que vem desde o tempo do ex-governador Francisco Gomes Maiato. “É umas das comuas da Lunda-Norte onde partidos políticos na de oposição não tem tido facilidades para a sua implantação”, disse à Rádio Angola uma fonte local.
Na carta endereçada ao governador local, Ernesto Muangala, a que a Rádio Angola teve acesso, em que a população manifesta o seu descontentamento, os populares apontam Muangala como “autor pela degradação da comuna do Luremo bem como não ter sido elevado a categoria de município até ao momento”, lê-se.
Alguns militantes do MPLA que falaram em anonimato, dizem-se agastados com a falta de políticas concretas que possam garantir o bem-estar do povo e sustentam que, “a paciência tem limites, por isso, com a entrega desta carta visa denunciar a má gestão do governador”.
Os cidadãos pensam que “chegou o momento para que os outros partidos políticos ergam as suas bandeiras na comuna e conquistar o terreno, porque estamos agastados com essas mentiras, e desejamos que a UNITA, com o seu novo presidente, Adalberto Costa Júnior venham ao Luremo”.
Lamentam o facto de, Ernesto Muangala ter supostamente priorizado outras comunas, que para eles “sem história para serem elevados a patamar de município” e apontam como exemplo, as comunas de Cachimo, Canzar, Capaia e Xacassau.
“O Luremo e a vila de Cafunfo, também têm o direito de serem elevados nas categorias de municípios, para também reajustar a nova província que se pretende criar”, disseram no encontro de auscultação realizado no dia 23 de Agosto de corrente ano.
Cidadãos denunciam perseguição por escreveram carta de descontentamento
Os cidadãos da comuna do Luremo, que no dia 23 de Agosto último teriam dado o rosto na carta endereçada ao governador da Lunda-Norte, Ernesto Muangala, em que descrevem a degradação social das famílias e promessas não cumpridas, denunciam que estão alegadamente a sofrer ameaças e perseguições.
Segundo apurou a Rádio Angola, os militantes do partido no poder naquela percela da Lunda-Norte que tiveram o contacto com a carta de descontentamento, recebida pelo vice-governador para área técnica e infra-estruturas e coordenador da comissão multissetorial, Lino dos Santos, a mesma “está provocar grande repercussão no seio do MPLA, na comuna”.
De acordo com fontes deste portal, a direcção do MPLA fez deslocar uma comissão no Luremo, que realizou uma reunião de emergência com os militantes, onde abordaram as questões relacionadas com carta que tinha sido lida no encontro de auscultação.
“Contudo, os militantes e a população no geral da comuna de Luremo, ficaram indignados com as ameaças e perseguições contra dois cidadãos, por sinal militantes do MPLA, que escreveram a carta em referência para que o Executivo reveja a situação do Luremo”, afirmou a fonte.
A Rádio Angola contactou a administração local sobre as ameaças contra os dois cidadãos, um membro da direcção que preferiu não ser identificado, disse “desconhecer tais ameaças e perseguições, às pessoas que interviram na reunião nem do porta-voz que leu a carta no dia 23 de Agosto”.
A comuna do Luremo está dividida em quatro regedorias, que são: Muene-Mahango, Ngudi-A-Kama, Catxinga-Paca e de Catolo, composta por 54 bairros e aldeias, coordenadas por três regedores, uma Rainha reconhecida oficialmente, 19 sobas e 94 sobetas, o que faz um total de 118 autoridades tradicionais, com uma população estimada em mais de 22 mil habitantes nas quatro regedorias.