“O povo de Cabinda não se sente angolano” – diz dirigente do Movimento Independentista de Cabinda
Oiça aqui:
O secretário para a informação e comunicação do Movimento Independentista de Cabinda (MIC), António Tuma, disse que o objectivo pelo qual foi criada a organização “é a conquista da independência de Cabinda por meio de um referendo popular”.
Rádio Angola
Em declarações a este portal, o activista do Movimento Independentista de Cabinda afirmou que “o povo de Cabinda não se sente angolano”, pelo que, “aceitou fazer parte do território angolano por força das armas das autoridades de Angola”.
Para António Tuma, a solução de Cabinda passa pela realização de um referendo onde o povo vai definir se opta pela independência, autodeterminação ou autonomia administrativa e financeira, pois, entende o responsável do MIC, “não deve ser Angola a dirigir os destinos dos cabindas”.
As declarações do secretário para informação e comunicação do Movimento Independentista de Cabinda (MIC), surgem na sequência de um suposto plano do governo angolano, que segundo o MIC, “pretende anunciar a existência de cinco facções” dentro da organização que “exigem um referendo para a autodeterminação de Cabinda”.
Nesta semana, o Movimento Independentista de Cabinda fez sair um comunicado onde denuncia aquilo a que considera de “planos maquiavélicos”, que supostamente estão a ser “arquitectados” pelos Serviços de Inteligência e Segurança do Estado (SINSE) contra o MIC.
“Desde a sua publicação em 2018 que o Movimento Independentista de Cabinda se tornou num espinho no calcanhar de Luanda, pelo facto desta organização ter como pedra angular a luta pela independência de Cabinda”, refere à nota assinada pelo seu líder Carlos Manuel Cumba Vemba, para quem a notabilização e o crescimento repentino tem tirado sono ao Governo angolano.
Segundo o MIC, “as subsequentes actividades sediciosas realizadas por esta organização nacionalista, tem obrigado a deslocação secreta dos altos funcionários da Casa de Segurança do Presidente como também altas figuras do Ministério da Defesa para aquela colónia angolana, com intuito de recolherem dados que possam ser úteis na elaboração de planos nefastos contra os altos dirigentes do MIC”.
Na denúncia tornada pública, “o plano” da secreta angolana visa “causar instabilidade” que possa pôr em causa a sobrevivência do movimento.
“A segurança do Estado angolano, tem vindo a preparar um conjunto de planos macabros contra o Movimento Independentista de Cabinda, isto é, aliciar ou assassinar os altos dirigentes do movimento, difundir falsas informações tal como fez com a FLEC/FAC, que ulterior fez nascer a FLEC/Renovada no século passado”, lê-se.
Em entrevista ao portal O Decreto, o secretário para informação e comunicação, António Tuma referiu por outro lado que, para materializar este intento, a secreta do Estado, na pessoa do ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Pedro Sebastião tem alegadamente “vindo a mobilizar efectivos do SINSE, Casa Militar, SIC e os seus lacaios cabindeses infiltrados na luta libertária de Cabinda e alguns activistas cívicos avarentos”.
Questionado sobre a unidade de Angola como um território uno e indivisível, de acordo com a Constituição da República, António Tuma afirmou que “ocupou ilegalmente o território de Cabinda, pois, não foi de consenso entre os cabindas e os angolanos”, pelo que disse Tuma, “o desejo do povo de Cabinda não atropela nenhuma Constituição angolana”.