“O país já não poderá aguentar esta situação por mais tempo, porque faliu”, diz Isaías Samakuva
O actual líder da UNITA entende que os angolanos sentem que no seio do MPLA, partido que governa o país há 44 anos existe forte resistência à verdadeira mudança, devido ao que chama de sabotagem às iniciativas do Presidente da República, João Lourenço, porque segundo Samakuva, “não há patriotismo e coesão”.
Rádio Angola
Falando nesta quarta-feira, 13/11, na abertura do XIII congresso ordinário, o ainda presidente da maior força política na oposição disse que, em função destas “forças de bloqueio” o país “não anda”, pois os preços soubem todos os dias, os trabalhadores estão a ser despedidos diariamente e o sistema de saúde “já entrou em colapço”.
Para Isaías Samakuva, o Estado não consegue assegurar, sem ropturas, o essencial da prestação de serviços públicos e dos serviços sociais. “E têm medo das autarquias que poderiam ser de grande ajuda para gerir os multiplos problemas locais”, disse.
No seu discurso no arranque do conclave do “Galo Negro”, o presidente cessante dos “maninhos” referiu por outro lado que o antigo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, a quem chamou de arquitecto da corrupção, deixou o partido (MPLA) não por vontade própria, mas sim, por ter percebido que o país estava a beira de uma falência.
“O arquitecto da corrupção abandou o Poder por descobrir que o País estava a falir. Disse Samakuva.
Samakuva apelou, no entanto voto responsável aos 1150 delegados presentes no evento que decorre no complexo Sovsmo, em Luanda, enalteceu a Governacão de João Lourenço, a quem encorajou e pediu para que não se intimide com as forças de bloqueio do seu Partido, que têm criado dificuldades na sua Governação.
Sobre os 44 anos da independência assinalados no passado dia 11 de Novembro, Isaías Samakuva pensa que, os angolanos comemoraram o “dia da dipanda” num momento em que já foi provado que o ideal da independência foi traído por quem o devia defender e preservar.
“É revelador o facto de que, 44 anos depois da independência e 17 anos depois da paz, os que traíram o ideal da independência também defraudaram a história, assaltaram as finanças públicas, subverteram a democracia, roubaram tudo e a todos por terem institucionalizado a corrupção e captura do Estado independente de Angola”, reforçou o político da UNITA.
Oiça aqui na página da Rádio Angola o discurso de Isaías Samakuva, na abertura do XIII congresso ordinário, que na próxima sexta-feira, 15/11, vai eleger novo líder do partido: