No Cuango: Director municipal do Ambiente exonerado e dado como “morto” pelo administrador afinal está vivo
O administrador municipal do Cuango, Gastão Kahata Júnior, está a ser acusado de ter exonerado José Fernandes, 49 anos, do cargo de director municipal do Ambiente e Saneamento do Cuango, e colocado o seu nome na “lista de falecidos”.
Jordan Muacabinza | Cafunfo
O facto está a chocar os familiares, militantes, amigos, e simpatizantes do MPLA, que exigem do administrador a apresentação de um boletim de óbito que atesta o falecimento de José Fernandes e o local onde terão sido depositados os restos mortais.
Para os militantes do MPLA e população no geral, “trata-se de um comportamento arrogante na administração do Cuango, a exoneração de militantes antigos e homens mais destacado do município, introduzindo assim vários cidadãos sem historial no MPLA”, facto este leva militantes acusarem directamente administrador municipal do Cuango, Gastão Kahata Júnior Goge, de “má-fé, prepotência, arrogância ao exonerar um cadáver sem sepulcro e orienta a proibição de pagamento de salários”.
O acto provocou indignação aos munícipes, para quem essa atitude adoptado pelo administrador poderá levar o MPLA a perder as eleições deste ano na região do Cuango. “Desde que houve disputa de candidatos na conferência que elegeu o primeiro secretário municipal do Cuango, os militantes do partido andam indignados com a postura de Gastão Kahata, por ter excluído militantes que davam energia ao partido ao nível do município”.
O visado, disse à Rádio Angola que estar indignado por ter sido surpreendido com essa notícia de ser falecido. “Se a questão é a exoneração, porque é que fui colocado na sua lista como falecido?”, questiona o cidadão, acrescentando que “quanto à questão da exoneração não está a me preocupar, só entendo ser muito grave a administração desejar a minha morte ao ser colocado na lista dos falecidos, quando na verdade estou vivo”, disse.
Quanto à questão da reforma, disse, “tão logo vi a forma de gestão do administrador não era convincente, então decidi pedir a reforma antecipada, através do Governo Provincial da Lunda-Norte, que foi aceite e estava a espera de rever o salários do mês de Novembro, Dezembro e o 13º o que não cheguei de receber”.
“Estes marimbondos cativaram os meus ordenados e me puseram na lista do Ministério das Finanças como falecido, mas tenho documento da aceitação da minha reforma, agora vou à reforma como falecido”, questionou novamente.
Segundo membros da sociedade civil, a exoneração, desactivação do salário e o desejo de morte do cidadão, José Fernandes, “é algo planificado pelo administrador municipal, Gastão Kahata Júnior Goge e sua dupla que queria ver o cidadão em causa fora da administração municipal do Cuango”.
Os defensores dos direitos humanos apelam ao governador da província, Ernesto Muanagala a resolver a situação e que sejam responsabilizados os autores que supostamente “desejaram a morte” de José Fernandes.
“Isto pode ser entendido de um plano traçado pelo um grupo de militantes arrogantes que estão ao lado do administrador que não tem historial no seio do partido, e todos sabem que quem planeja morte de alguma constitui crime”, afirmou um dos activistas.
A Rádio Angola tudo faz para ouvir a versão da administração municipal do Cuango.