MPLA reactiva velhas práticas – Partido acusado de corromper motoqueiros que participaram da passeata em Luanda
Luanda – Um grupo de cerca de 11 mil motoqueiros participaram no domingo, 5, numa passeata em Luanda, para exaltar o candidato João Lourenço a sua reeleição no congresso do MPLA, a ter lugar nos dias 9, 10 e 11 do corrente mês.
Por: Pedro Gonga
O acto, foi realizado pela Associação Jovens Unidos e Solidários (AJUS), uma organização próxima ao MPLA e que vem ganhando confiança ao partido na era JLO, substituindo assim a AJAPRAZ, da era JES.
Nos vídeos que circulam nas redes sociais, os jovens motoqueiros afirmam que não participaram do acto por livre e espontânea vontade, mas sim, pelo dinheiro que lhe foram garantidos em troca da presença.
“Não pensem que estamos aqui por que queremos, ou porque somos do MPLA, não é isso. Estamos aqui, pelo dinheiro que nos foi garantido”, revelou um dos participantes.
Num outro vídeo, um dos participantes confessa ser militante da UNITA, mas, a sua presença naquele acto deveu-se mesmo aos valores que lhes foram garantidos, porque precisava fechar a conta do patrão, proprietário da motorizada.
“Com toda minha honestidade, eu sou militante da UNITA. Não sou Judas Iscariotes, só vim buscar o ‘kumbu’ da mota, porque preciso fechar a conta do dono da mota”, fez saber acrescentando que o MPLA não está a pagar pela sua consciência, mas sim, pela Mota.
“Posso estar aqui e amanhã votar no meu partido, oquê que tem!?”, Questiona. “O que o MPLA está a me pagar é meu, me pertence, eu sou o povo e dono dessa pátria. Todas essas motas que vocês vêem aí, é porque o MPLA pagou, corrompeu, eles, são mesmo corruptos”, finalizou.
De acordo com esses jovens, cada motoqueiro recebeu/receberia três a dez mil kwanzas no final da passeata, no percurso de cerca de 10-15 quilómetros, tendo começado no estádio dos coqueiros, passando por várias artérias da cidade capital.
Mário Durão, promotor e presidente da AJUS, fez saber aquando da apresentação do balanço da actividade que participaram do acto, cerca de 11 mil motoqueiros, como sinónimo de encorajamento às reformas implementadas nos últimos quatro anos pelo executivo angolano liderado pelo chefe de Estado João Manuel Gonçalves Lourenço.