Moradores da “Tchavola” dizem-se abandonados pelo governo e prometem manifestações
As centenas de famílias que tinham sido desalojadas pelo governo da província da Huíla, em 2009, ao longo do caminho de ferro e “atiradas” na zona da “Tchavola” que dista a dez quilômetros da cidade do Lubango, dizem que “estão abandonadas e passam por uma vida de miséria e mendicidade para sobreviverem”.
Texto de Rádio Angola
Falando à Radio Angola, o porta-voz da comissão de moradores da comunidade da “Tchavola”, Francisco Rodrigues Jaime disse que as mais de 60 mil famílias, cujas casas foram demolidas em 2009 pelo Governo Provincial da Huíla, na altura tendo como governador Isaac Maria dos Anjos, alegando que os populares habitavam em zonas de risco, isto é, ao longo do caminho de ferro.
Em consequência disso, dizem as vítimas das demolições “forçadas”, foram “lançadas” na zona da “Tchavola” que dista a dez quilômetros da cidade do Lubango, sem, no entanto, que fossem criadas as condições condignas às famílias. “Fomos lançados numa mata sem condições mínimas para um ser humano”, lamentou o sinistrado.
Francisco Rodrigues Jaime descreve que as promessas do governo e do partido MPLA que o suporta para um alojamento condigno, nunca foram concretizadas desde 2009, ano em que as residências foram deitadas a baixo.
“Antes de partirem as nossas casas, já éramos miseráveis, agora imagine depois das demolições onde estamos hoje”, disse o cidadão visivelmente agastado com a situação para quem “já não temos mais esperanças com o governo do MPLA que vem nos mentindo desde que fomos atirados nesta mata como que animais se tratassem”.
Francisco Rodrigues Jaime sublinha que, aquela população, clama diariamente ao governo central no sentido de velar pela situação em que se encontra. Para ele, as mais de 60 mil famílias que lá residem não têm água potável, luz eléctrica, saneamento básico e alimentação, por falta de apoio de quem de direito.
O porta-voz da comissão de moradores da Tchavola advoga que, caso o governo central continue a mostrar indiferença com o sofrimento daquele povo, está programada para o mês de Agosto do corrente ano, uma série de manifestações de rua contra ao que considera violação dos seus direitos. “Nós também somos seres humanos, por favor, precisamos deixar de sobreviver”, disse, acrescentando que “caso o governo central não colocar água e luz até ao dia 01 de Agosto, vamos realizar manifestações durante este mês”, garantiu.
Oiça aqui na página da Rádio Angola, o clamor do porta-voz das vítimas das demolições em 2009 e colocadas na zona da “Tchavola”, a dez quilômetros da cidade do Lubango, capital da província da Huíla: