Ministro das Obras Públicas irritado com director do Instituto Nacional de Habitação
Por ter sugerido a entrega dos apartamentos da urbanização “Vida Pacífica” aos jovens de diferentes extractos sociais, antes das eleições gerais de Agosto próximo, conforme orientação expressa pelo Presidente da República, o director do Instituto Nacional da Habitação (INH), Adérito Muhammed, foi alvo de ofensas e insultos pelo ministro das Obras Públicas e Ordenamento do Território, Manuel Tavares de Almeida.
Rádio Angola
Fontes próximas ao gabinete do ministro Tavares descrevem que, depois de ter constatado no passado dia 10 do mês em curso, o andamento das obras de reabilitação dos edifícios da urbanização “Vida Pacífica” localizada no Zango Zero em Viana e KK 5000, no Kilamba, o ministro afilhado de casamento do Chefe de Estado angolano, João Lourenço, chamou na sua sala de trabalho o director do Instituto Nacional da Habitação (INH), Adérito Muhammed a quem se dirigiu furiosamente pelo facto deste ter iniciado e concluído, em Janeiro de 2021, o acto de cedência dos contratos das habitações da “Vida Pacifica” aos promitentes compradores sem que lhe desse manobras para aproveitamento pessoal.
As mesmas fontes reforçam que, o ministro Manuel Tavares de Almeida, descrito como figura bastante arrogante, devido a relação privilegiada com o Presidente da República, João Lourenço tem manifestado resistência em disponibilizar os mil e 120 apartamentos da “Vida Pacifica”, colocando em causa a promessa feita pelo Titular do Poder Executivo aos jovens a quando do encontro com os líderes das organizações juvenis partidárias e da sociedade civil, decorrido no Palácio Presidencial, em Abril de 2019 em que o mesmo havia garantido facilidade aos jovens no acesso aos projectos habitacionais do Estado, tendo disponibilizado os apartamentos da “Vida Pacifica”, construídos com fundos públicos, mas que se encontravam em posse de privados.
Consta que, por gozar da confiança do mais alto magistrado da nação, o ministro das Obras Públicas e Ordenamento do Território, Manuel Tavares de Almeida, mestre em engenharia civil em Portugal, tem resistido a várias tentativas de exoneração, apesar dos inúmeros escândalos financeiros envolvendo o seu pelouro.
Um caso que não passa despercebido aos olhos da massa crítica angolana é a recente construção do viaduto da Samba, uma infraestrutura com duas faixas de rodagem e uma extensão de pouco menos de 100 metros que custou aos cofres públicos mais de 30 milhões de dólares norte-americanos.