Mantém-se a “dor” dos Antigos Combatentes
Persiste o “braço de ferro” entre os antigos militares e a Caixa de Segurança Social das Forças Armadas Angolanas (CSSFAA), em causa, a não reposição dos subsídios que são descontados pela direcção da caixa, que segundo os pensionistas, são feitos ao “arrepio da lei”.
Por: Gonçalves Vieira
Para exigir a reposição dos subsídios cortados, os antigos homens e mulheres do gatilho voltaram manifestar-se defronte à Caixa de Segurança Social das Forças Angolanas, em protesto contra aquilo que consideram a violação dos seus direitos. É a terceira vez, só desde o inicio de 2017, os antigos militares protestam para pressionar a recolocação na folha de pensão de reforma, dos subsídios de empregada e dinheiro que era pago mensalmente de acordo com a patente de cada militar reformado.
São centenas de oficiais reformados que se dizem “injustiçados” pela direcção da Caixa de Segurança Social das FAA, desde Agosto de 2009, que segundo contaram à Rádio Angola, o Estado Angolano, por meio do Ministério das Finanças, tem disponibilizado mensalmente o dinheiro completo dos subsídios de empregada e por patente, mas lamentam que esses dinheiro esteja a ser dado “o caminho não declarado” supostamente pelos oficiais generais que controlam a Caixa de Segurança Social das Forças Armadas Angolanas.
“Estamos a reivindicar e faz muitos anos que não encontramos respaldo. Já vão quase dez anos, a bater as portas em tudo que é possível, onde estejam homens direcionados para resolverem este problemas e não resolvem, agora perguntamos: a quem vamos bater as portas?”, questionou o capitão na reforma, Esteves Lino.
O antigo combatente pensa que “eles querem que nós saiamos às ruas para nos manifestarmos e depois eles vêem com os cães matarem-nos e dizerem que somos arruaceiros, afinal de contas os arruaceiros administrativos arruaceiros são eles que criam dificuldades às pessoas que quando reivindicamos sermos associados à oposição”, contou em entrevista a Rádio Angola.
“Isso que eles nos dão não é pensão de reforma, mas sim, pensão de sobrevivência porque o Estado paga por patente e eles fazem os seus cálculos por trinta anos de serviços, e estes cálculos que fazem não é para nós que viemos das FALA e FAPLA, mas sim, das FAA para a Caixa de Segurança Social”, sublinhou.
Os pensionistas que se mostram com “nervos à flor da pele” descreveram que são militares apartidários e que a sua reivindicação não apresenta a nenhum cunho político/partidário. “Somos apartidários e não estamos aqui para defender a nenhum partido político, senão os nosso direitos que estão a ser violados pela direcção da Caixa de Segurança Social das FAA”, disse outro reclamante que proferiu falar em anonimato, acrescentando que “há muita demagogia e falta de respeito aos ex-militares”.
Agastados com a situação e com o silêncio do governo central e do ministro da defesa João Loureço, que concorre à Presidência da República. Aqueles militares reformados apelaram com “veemência” ao presidente José Eduardo dos Santos a resolver o problema antes deixar o poder.
Os afectados acusam os oficiais generais da Caixa de Segurança Social das FAA de supostamente estarem a se beneficiar dos seus direitos. “Onde é que vão com o nosso dinheiro, compram drogas ou financiam o terrorismo?”, questinou outro pensionista, afirmando que “eles fecham-nos as portas para o dialogo”.
José Alberto Nelson “Ilimukeno” sublinha ser brigadeiro na reforma e membro da comissão criada para aproximar às partes da “crise” que se arrasta a caminho de dez anos. Nas suas declarações a esta Rádio, sustentou que o diálogo pretendido não tem surtido efeitos desejados. “Desse dialogo não está resultado nada e problema vai se arrastando ao longo desses anos todos, desde Agosto de 2009”.
Entretanto, a Rádio Angola fez todos os esforços no sentido de ouvir a direcção da Caixa de Segurança Social das Forças Armadas Angolas (CSSFAA) mas nada resultou.