Mais de 500 profissionais de saúde celebraram “Dia da Cobertura Universal da Saúde”
O auditório do ISPTEC acolheu esta sexta-feira, 12, a celebração do “Dia da Cobertura Universal da Saúde”, com a realização do 2º Simpósio Internacional de Cuidados Intensivos, organizado pela Sociedade Angolana de Cuidados Intensivos (SACI), em parceria com a Unidade de Implementação do Projecto de Formação de Recursos Humanos em Saúde (PFRHS-UIP).
O evento foi presidido pela ministra da Saúde, Sílvia Paula Valentim Lutucuta, e reuniu mais de 500 profissionais de saúde provenientes das 21 províncias do país, além de distintos convidados internacionais.
Na sua intervenção, a ministra da Saúde afirmou que o encontro decorreu num momento de profundo simbolismo nacional, por coincidir com as celebrações dos 50 anos da Independência de Angola, destacando que a inclusão do simpósio no programa oficial da dipanda “demonstra o empenho do Executivo em fortalecer o sector da saúde, valorizar os seus profissionais e promover uma cultura científica sólida e orientada para resultados”.
Em comunicado do Ministério da Saúde, a governante sublinhou que o país registou progressos significativos ao longo das últimas décadas, passando de um cenário pós-independência com apenas 19 médicos e cerca de 300 unidades sanitárias, para uma rede superior a 3.300 infra-estruturas de saúde e mais de 100 mil profissionais de saúde, 47 mil dos quais admitidos entre 2018 e 2022, sob orientação estratégica do Presidente da República, João Lourenço.
A ministra destacou ainda o avanço histórico do país no domínio da formação, lembrando que está em execução o maior programa nacional de capacitação de recursos humanos em saúde, prevendo a especialização de 38 mil profissionais até 2028, entre eles 3.000 médicos, 9.000 enfermeiros e 9.000 técnicos de diagnóstico e terapêutica.
No campo específico dos cuidados intensivos, explicou que se encontram actualmente em formação 219 médicos internos, 204 no país e 15 no exterior, bem como 411 profissionais de enfermagem e diagnóstico, no âmbito da especialização em cuidados intensivos.
Referindo-se às infra-estruturas, a ministra realçou hospitais de referência como o Cardeal Dom Alexandre do Nascimento, o Materno Infantil Azancot de Menezes e o Complexo Hospitalar Pedro Maria Tonha “Pedalé”, este último dotado de 45 leitos de cuidados intensivos equipados com ventiladores Hamilton C6, monitores Lightscope G5 e sistemas avançados de infusão, recursos que reduzem significativamente a necessidade de evacuações médicas ao exterior.

Sílvia Lutucuta enfatizou também que este simpósio “representa a consolidação dos avanços no Sistema Nacional de Saúde e constitui um espaço privilegiado para intercâmbio científico e capacitação em larga escala”.
Conforme o comunicado, a governante destacou o trabalho conjunto entre o Ministério da Saúde, a Associação Angolana de Cuidados Intensivos e a Unidade de Implementação do Projecto de Formação de Recursos Humanos em Saúde (UIP), que permitiu a formação de 160 profissionais nos cursos pré-simpósio, distribuídos pelas áreas de Ventilação Mecânica (53 formandos), Abordagem do Doente Crítico (44), Distúrbios Hidroelectrolíticos e Ácido-Base (27) e Comunicação e Decisão em Cuidados Intensivos (36).
O simpósio, que decorreu sob o lema: “silêncio em cuidados intensivos: estratégias, comunicação e tomadas de decisão”, incluiu também o lançamento oficial em Angola do prestigiado Tratado de Medicina Intensiva, obra internacional da editora Ateneu, com participação de autores angolanos.

