Mais de 30 pessoas morrem por dia de VIH/SIDA em Angola
Rede Angolana de Organizações de Serviços de SIDA considera preocupante o número crescente de casos de HIV/SIDA em Angola, revelando que diariamente morrem mais de 30 pessoas com a doença, numa altura em que, segundo António Coelho, a Covid-19 desviou as atenções do Governo.
Executivo tenta emendar o assunto e diz que Angola tem anti-retrovirais para acudir portadores de VIH/SIDA.
De acordo com o presidente da Rede Angolana de Organizações de Serviços de SIDA (ANASO), António Coelho, a luta contra a SIDA em Angola está a viver grandes dificuldades.
Em entrevista à imprensa, o responsável da ANASO lamenta que a pandemia de Covid-19, que já infectou cerca de 2 mil angolanos, tenha retirado o programa de combate ao HIV/SIDA da lista de prioridades do Executivo.
Já a directora do Instituto Nacional de Luta Contra Sida, Lúcia Furtado, esclarece que o sector da Saúde em Angola foi reforçado com medicamentos anti-retrovirais para acudir os pacientes durante os próximos três meses.
Em declarações à imprensa, em Luanda, reagindo sobre uma alegada ruptura do stock destes medicamentos nos hospitais, a responsável informou que ainda este mês chegaram ao país 13 mil lotes de anti-retrovirais, para atender os portadores de VIH/SIDA.
Segundo a directora, os lotes de anti-retrovirais já começaram a ser distribuídos pelos hospitais de referência no tratamento do VIH/SIDA, onde os portadores desta doença os podem adquirir.
Admitiu que houve alguma carência de anti-retrovirais em quatro províncias do país, nomeadamente Luanda, Huíla, Benguela e Cuanza Sul, mas nega a ideia de ruptura de stock nos hospitais.
Esclareceu que a carência destes fármacos, principalmente nos hospitais das quatros províncias referenciadas, deveu-se a um atraso do fornecedor, que teve dificuldade de produção e envio para Angola devido a pandemia da Covid-19.
Ressaltou que o processo de compra destes medicamentos teve início em Setembro de 2019. Os serviços de Saúde angolanos têm registados, pelo menos, 340 mil seropositivos.