Luanda regista ambiente de “terror” no dia em que Angola celebra 45 anos de Independência Nacional
A Polícia Nacional carregou sobre os manifestantes que pretendiam avançar, a partir de diferentes bairros em Luanda, para uma manifestação contra o desemprego e a a favor da realização das eleições autárquicas em 2021, nesta quarta-feira, 11, dia em que se assinala o 45º aniversário do fim do jugo colonial português.
Fonte: VOA/RA
Com um sol ardente, a data foi celebrada com uma chuva de protestos de milhares de jovens que, entretanto, foram reprimidos pelas forças da ordem com gás lacrimogéneo e outros meios “não letais”, segundo a corporação.
Os agentes bloquearam as imediações da Fábrica de Tabacos Unificados (FTU) localizado na Avenida Deolinda Rodrigues, vulgo “estrada de catete” e da Avenida Brasil que dão acesso ao Largo da Independência, onde os manifestantes pretendiam concentrar-se.
Há relatos de vários feridos, entre eles os conhecidos activistas Nito Alves e Laurinda Gouveia, que terão sido espancados pelos agentes da Polícia Nacional.
Em declarações à VOA, o activista Mutu Moxi lamentou a brutalidade da PN: “Péssima actuação da polícia, o Nito Alves foi brutalmente espancado, eu espero que ele saia bem dessa porque eu estou disposto a morrer por ele” disse.
David Manuel, outro activista, garante que os protestos vão continuar. “Estamos a exigir o nosso direito, e não é só por estarmos a protestar hoje que Angola acabou, nós não temos armas, não temos nada”, afirma.
Em vários bairros de Luanda e arredores, os manifestantes, entre eles vários conhecidos activistas, esconderam-se para evitar o que chamam de “caçada” da PN, mas prometem sair num determinado momento e ler o manifesto preparado para as manifestações.
Os promotores da manifestação apelaram às pessoas que regressem às suas casas para evitar mortos.
Há informações que dão conta da existência de uma vítima mortal, facto que já foi desmentido pela Polícia Nacional, em declarações à imprensa ao princípio da noite desta quarta-feira, 11/11.