Líder da UNITA critica adjudicações de obras milionárias sem concurso público

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Por Radio Angola

O presidente da UNITA constata com preocupação o aumento em “catadupa” e em “ritmo frenético” as adjudicações sem concurso público e por contratações simplificadas, que têm sido rubricadas pelo Presidente da República, João Lourenço, Titular do Poder Executivo, tendo concluído que em contratos simplificados, foram gastos desde 2018 a Dezembro de 2024, o equivalente a 32 mil milhões, 700 milhões e 323 mil dólares americanos.

Os dados foram revelados nesta quinta-feira, por Adalberto Costa Júnior, na abertura das XII Jornadas Parlamentares, que se realizam de 26 a 30 de Março, na província de Cabinda, sob o lema: “Pela autonomia local, ao Serviço do Cidadão”, sublinhando que se trata de “um valor muito elevado de dinheiro público, sem concursos que envolve grandes obras e empreitadas públicas”, que na visão da UNITA, “acabam geralmente inquinadas por processos e vícios de carte”.

No seu discurso de aproximadamente 20 minutos, no Cine Chiloango, no centro da cidade de Cabinda, o presidente da UNITA, disse que “de tais processos marginais às normas genuínas de contratações públicas estão a nascer novos milionários e novos monopólios”.

Para Adalberto Costa Júnior, os angolanos diante de uma corrupção instalada em novos moldes e métodos, seguindo completamente à solta. Por estas más práticas as riquezas de Angola e de Cabinda em particular pouco se reflectem nas condições de vida das populações”.

Na sua intervenção, o líder do maior partido na oposição, ressaltou que as XII Jornadas Parlamentares da sua formação política ocorrem no calor das celebrações dos 59 anos de existência da UNITA, “cujo ponto mais alto aconteceu em Benguela com a realização de um acto de massas no Lobito”.

“Benguela também acolheu, a Conferência Internacional da Plataforma Democratas por África, que trouxe ao nosso país mais de 60 personalidades políticas de vários países, que estiveram connosco a reflectir sobre os desafios do continente em relação à Democracia e o Desenvolvimento”, lembrou.

Segundo o político, “quando esperávamos que daquele exercício resultasse conhecimento para a sociedade angolana e fosse um contributo para o reforço das capacidades de exercitar a democracia, acabamos sendo brindados com uma reacção anti-democrática do regime no poder, comprometendo a imagem de Angola inteira e do Presidente da União Africana”, afirmou.

Adiantou que durante as XII Jornadas Parlamentares, a UNITA vai explicar o conjunto de iniciativas dirigidas ao Tribunal Constitucional, para melhorar o desempenho da governação e “para termos um Estado que seja protector de todos os filhos deste país”.

Adalberto Costa Júnior entende que “o Tribunal Constitucional tem de ser exposto no sentido de todos os angolanos o fiscalizar na sua acção de defesa da Constituição. O aumento da fiscalização do cidadão às instituições deve ser um nosso objectivo permanente e também deve ser um desiderato nestas Jornadas de trabalho. Para que não voltemos a ouvir temos fome, queremos emprego, num país tão rico”, frisou.

Reforçou que, em  Angola, “com um governo responsável e transparente, não haverá falta de dinheiro”, disse.

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