Jota Malakito anuncia abandono da luta pela “independência” das Lundas e denuncia incumprimento financeiro por parte membros do Movimento
O líder do autodenominado Manifesto Jurídico Sociológico do Povo Lunda (MJSLP), Jota Filipe Malakito, afirmou que os membros de seu movimento são “bandidos” e “aldrabões”, devido ao não cumprimento da cota mensal de 500 euros, valor que disse ser necessário para garantir a sua sustentabilidade enquanto responsável máximo da organização que luta pela “independência” da região Leste de Angola, e que se encontra nos últimos anos radicado em Portugal, onde incentivava a continuidade da luta.
Segundo Jota Filipe Malakito, essa quantia (500 euros/mês) foi acordada entre os membros do Manifesto Jurídico Sociológico do Povo Lunda para financiar as suas actividades e o seu papel no movimento.
Como resultado, Malakito anunciou que um comunicado será emitido nos próximos dias, endereçado ao MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), partido no poder, informando sobre o fim do Manifesto Jurídico Sociológico do Povo Lunda (MJSLP).
Nas declarações proferidas na última semana, Jota Filipe Malakito, que se manifestou desiludido com os seus seguidores, revelou que, após conversar com os integrantes do “Movimento do protetorado”, foi confirmado que ele já não representa mais o a organização.
“Andou a exigir contribuições para se manter na Europa, alegando exercer o papel de representante ou embaixador do movimento, quando na verdade deixou de ser a voz do protectorado”, afirmou uma fonte do “Movimento do Protectorado”, tendo acrescentado que “ele está na Europa logo depois de sair da cadeia”, lembrando que “a situação do movimento foi afectado por questões pessoais e políticas de alguns de seus membros”.
A decisão de encerrar o Manifesto Jurídico Sociológico do Povo Lunda (MJSLP marca um momento de reviravolta para o movimento, com repercussões ainda a serem compreendidas nos próximos pronunciamentos das partes.
Fundador do Manifesto Jurídico Sociológico do Povo Lundês (MJSPL), Jota Filipe Malakito é jurista, especialista em direito penal, juiz militar reformado, e reiteradas vezes, afirmou ser o representante legal e internacional do Estado Lunda-Tchokwé, junto ao Tribunal da ONU.
Malakito foi detido em Maio de 2009, denunciou um envenenamento em 2011 e foi libertado no mesmo ano.
Fonte: O Decreto