Jornalista Kapita Inga notificado para responder no SIC Talatona – profissional desconhece motivos

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O jornalista e director do portal TV Nzinga, Kapita Ingá, foi notificado a comparecer nesta segunda-feira, 8 de Dezembro, no Comando Municipal do Serviço de Investigação Criminal (SIC) de Talatona, em Luanda, tendo como processo nº13885/025/MP-TLA.

A convocatória, assinada pelo superintendente Vasco Arlindo de Castro Quintas e validada pela procuradora Felisbela Ernesto, a que o Club-K teve acesso, não especifica os motivos do chamamento.

“Por ordem do Exmo. Senhor Chefe de Departamento de Investigação Criminal do Talatona, fica notificado o cidadão, identificado por Capita Inga, morador nesta cidade de Luanda, a comparecer no Comando Municipal da Polícia Nacional do Talatona, por detrás do 4º Bairro fiscal, no dia 8 de Dezembro de 2025, pelas 09h30, fazendo-se acompanhar do seu advogado, para o efeito contactar a Procuradora Felisbela Ernesto”, lê-se.

Na mesma notificação datada de 02 de Dezembro do ano em curso, o Departamento de Investigação Criminal do Talatona, alerta que “ a falta é punida nos termos da lei”.

A falta de fundamentação tem alimentado preocupação entre profissionais da comunicação social, organizações da sociedade civil e defensores dos direitos humanos, que voltam a questionar as condições do exercício jornalístico e a garantia da liberdade de imprensa em Angola.

Contactado pelo portal Mwene-News, Kapita Inga explicou que tentou obter esclarecimentos telefónicos junto do agente, que lhe entregou a notificação, mas segundo o jornalista, a resposta limitou-se à seguinte mensagem: “Boa tarde, Sr. Capita Inga. Envio a notificação por essa via, conforme solicitado. Poderá contactar-me ao chegar ao Comando. Votos de boa continuação”.

O director do portal afirma suspeitar que o chamamento poderá estar relacionado com conteúdos recentemente publicados pela TV Nzinga. Entre esses conteúdos, destaca-se duas linhas de reportagem – denúncias sobre problemas de governação e prestação de serviços no município de Talatona, que envolvem a administração liderada por Sandra Batalha.

A mesma plataforma digital reportou nas suas emissões um caso anterior em que uma fonte identificada como Paula Oliveira foi mencionada. De acordo com o Kapita Inga, a referida cidadã teria recusado prestar declarações, quando contactada no âmbito do contraditório.

O jornalista sublinha, porém, que desconhece oficialmente o motivo da convocatória e que apenas está a partilhar percepções pessoais relacionadas com o contexto recente da atividade editorial do portal.

Apesar da incerteza, Kapita Inga garantiu manter-se tranquilo e disponível para comparecer na data e hora indicadas, afirmando confiar no processo institucional.

Organizações da sociedade civil defendem que o caso deve ser conduzido com total transparência, apelando à salvaguarda da integridade física, jurídica e profissional do jornalista.

Alertam ainda para a necessidade de evitar qualquer forma de perseguição, retaliação ou tentativa de intimidação, sublinhando que a proteção da liberdade de imprensa é essencial para o funcionamento de um Estado democrático.

CK

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