Garimpeiro fractura maxilar após ter sido espancado por seguranças Kadyapemba em Cafunfo
A região das Lundas continua a registar actos de tortura, espancamentos e às vezes, vis, nas zonas de exploração de diamantes, por supostos agentes de segurança da empresa privada “Kadyapemba”, que controlam as empresas mineiras.
*Jordan Muacabinza | Cafunfo
O caso mais recente ocorreu no dia 12 deste mês, no sector de Cafunfo, município do Cuango, província da Lunda-Norte, onde Miguel Jonasse Samanhonga, jovem de 26 anos, natural de Caungula, alegou ter sido torturado por um grupo de seguranças Kadyapemba, quando este, em companhia de mais cinco garimpeiros, praticavam a exploração artesanal.
Ao serem surpreendidos no local, contou, os quatros garimpeiros conseguiram fugir e ele “caiu nas malhas dos seguranças”. “Depois de me prender, começaram a me torturar fortemente, bateram com vários golpes de joelho, fui administrado com duas coronhadas de armas de fogo pelos maxilares, enquanto me batiam partiram-me o maxilar e comecei a sangrar tanto, fiquei algemado”, contou.
“Os efectivos de segurança Kadyapemba continuam a cometer crimes que violam os direitos humanos com actos de violência física nas zonas de extração mineira das Lundas”, denuncia um dos activistas ouvido pela Rádio Angola, para quem “a Amnistia Internacional (AI), por meio da Convenção contra a tortura e outros tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes, proíbe há anos, essas práticas cometidas pelos agentes de defesa, segurança pública e empreses de segurança privadas”, disse.
Os moradores afirmam que a situação de violação de direitos humanos continua a ser modelo de repreensão na região das Lundas, actos nocivos protagonizados pelas empresas mineiras – segurança privada Kadyapemba, que teria substituído as empresas de segurança Teleservice e a Bikuar em serviço da Empresa Sociedade Mineira do Cuango (SMC).
Segundo contam, a empresa Kadyapemba é uma das empresas de altas figuras do país, que há muito têm vindo cometer crimes diversos, dentre esses, morte, tortura, espancamento, entre outras sevícias graves contra civis nas minas de diamantes.
Reclamam que, na região rica em recursos mineiros, “o Executivo nada faz para pôr fim a essas práticas indecorosos, protagonizados pelas empresas de segurança privadas, e pelo facto de ser empresas de grandes marajá do ciclo do regime e que os autores de crime andam a solta”.
A vítima disse que, depois da agressão, foi acompanhado pelos supostos agressores até arredores do bairro Pone, “onde encontramos os chefes deles que na sua totalidade eram quatros Kadyapembas, na 2ª a Esquadra de Cafunfo, e deram trinta mil kwanzas para comprar medicamentos, numa farmácia privado, e RX custou cinco mil kwanzas no hospital Regional de Cafunfo, por onde fui informado pelos médicos que fracturei um maxilar inferior do lado esquerdo, como se atesta o resultado médico”.
O jovem revelou ter apresentado uma queixa-crime contra os presumíveis implicados no crime, mas segundo ele, “na 2ª Esquadra fomos muito humilhados e o Serviço de Investigação Criminal está a minimizar o caso”.