FUNCIONÁRIOS DA SODEMAT HÁ TRÊS ANOS SEM SALÁRIOS

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Trabalhadores da Sociedade de Desenvolvimento da Matala (Sodemat), fábrica de transformação de tomate situada na província da Huíla, reclamam pela falta de salários correspondente há três anos.

Texto de Rádio Angola

Depois de tornar público o desvio de mais de dez milhões de dólares norte-americano pelo seu Presidente do Conselho de Administração Cipriano Ndulumba, os trabalhadores da empresa decidiram publicamente reclamar pelos “atrasos incompreensíveis” que dura mais de três anos.

O PCA tenta tranquilizar os trabalhadores ao dizer que “o problema está a ser resolvido” mas, adiantam os mesmos, “passam três anos e eles [chefes] comem, bebem e vivem bem”.

Os trabalhadores desconfiam que o anúncio de desvio é uma “fuga adiantada” às dívidas salariais, pelo que questionam a veracidade das declarações do PCA. O dinheiro alegadamente era um empréstimo feito ao Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) para reabilitar a fábrica. Destas palavras do PCA os trabalhadores questionam “como é possível fazer dívidas para obras sem pagar os salários”.

Lamentam por alguns terem de tirar os filhos das escolas por não conseguirem pagar as comparticipações, que se tornou inconciliável com a tarefa de alimenta-los. Afirmam que não querem optar pelo roubo para sobrevivência, pelo que pedem a intervenção das autoridades para resolução da situação.

Quanto ao desvio de dez milhões de dólares, a direcção da Sodemat insiste que está difícil localizar o empreiteiro luso-espanhol que, segundo o PCA, abandonou a obra de reabilitação em 2012 quando uma nova direcção da fábrica tomava posse.

“A última vez que fizemos pressão para que ele estivesse no país, até apareceu, mas alegou que a empresa tinha falido, assegurando que lutaria para regressar e concluir as obras”, disse o presidente do conselho de administração da Sodemat.

A empresa foi criada nos anos 60. Ficou paralisada de 1980 a 2008, data em que começou reabilitação. Localiza-se na comuna da de Capelongo.

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