FIM DO BANC, POSTAL E DO MAIS CORTA 768 EMPREGOS

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Um mês depois de o BNA revogar as licenças bancárias do Banco Postal e do Banco Mais, os 561 trabalhadores das duas instituições ainda não foram indemnizados pela entidade liquidatária criada.

A retirada de licença bancária ao Banco Postal e ao Banco Mais em Janeiro e esta semana ao Banco Angolano de Negócios e Comércio (BANC) pelo Banco Nacional de Angola (BNA) «mandou» para o desemprego 768 pessoas afectas às três instituições, calculou o Novo Jornal de acordo com dados dos referidos bancos. O Banco Postal até antes de lhe ter sido retirada a licença pelo BNA, em Janeiro, por não ter observado a obrigatoriedade de aumento de capital social mínimo e fundos próprios em 7,5 mil milhões de kwanzas, até 31 de Dezembro do ano passado, contava com uma estrutura de colaboradores composta por 488 pessoas, correspondente a 64% dos actuais 768 desempregados dos três bancos, indica o relatório e contas de 2017 da instituição.

O BANC, que viu o banco central a revogar a sua licença esta semana por “graves problemas técnicos” que colocaram a instituição em “falência técnica”, encerrou as portas e mandou para o desemprego 207 colaboradores efectivos. A instituição tinha como principal accionista o general na reserva Kundi Paihama, enquanto detentor de 80,27% da participação.

O Banco Mais, por sua vez, foi a instituição bancária que menos desemprego causou, tendo deixado apenas 73 funcionários nestas condições, avançou ao NJ uma fonte do então conselho de administração da instituição que possuía apenas quatro agências e viu, igualmente, a sua licença revogada por não cumprir a obrigatoriedade do BNA de aumento de capital social mínimo e fundos próprios em 7,5 mil milhões de kwanzas até ao último dia de Dezembro de 2018. No conjunto, o Postal e o Mais, os dois primeiros bancos a perderem licença, contavam com 561 colaboradores.

Bancários ainda não foram indemnizados

Em Janeiro, o BNA avançou que tomou as medidas conferidas nos termos da lei para que o procurador-geral da República requeresse a declaração de falência do Banco Postal e do Mais junto do juiz da Comarca Provincial de Luanda, no sentido de a entidade liquidatária, que seria indicada pela Comarca, dar indicações sobre o tratamento a dar aos depósitos de clientes (ver texto ao lado), incluindo a regularização da situação laboral dos seus colaboradores.

A verdade é que, um mês depois, nenhum colaborador tanto do Banco Postal como do Banco Mais foi chamado para ser indemnizado, revelaram ao NJ alguns ex trabalhadores dos dois bancos. Este jornal questionou o BNA sobre como anda o processo de compensação das pessoas nestas condições, uma vez que as instituições viram revogadas as suas licenças, mas não obtivemos respostas até ao fecho de edição.

O banco central determinou em Janeiro que os órgãos de administração e de mais colaboradores devem manter-se à disposição da entidade liquidatária, garantindo-se, assim, o encerramento ordeiro da actividade das referidas sociedades financeiras”. Na semana passada, recorde-se, o governador do BNA, José Massano, revelou ao Novo Jornal que durante cinco meses, de Abril a Setembro, o banco central vai avaliar os activos dos restantes 26 bancos do país para aferir a saúde financeira das instituições bancárias, uma acção que faz parte das recomendações do Fundo Monetário Internacional (FMI), no âmbito do acordo assinado com o governo.

Deste exercício poderá resultar a necessidade de alguns bancos procederem a aumentos de capital, podendo eventualmente optar-se por vários cenários em que não se excluem fusões ou encerramentos de mais bancos, garantiu Massano.

Fonte: Novo Jornal | Maurício Vieira Dias

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