Feridos e desaparecidos em confrontos entre polícias e trabalhadores da mina Cuango

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O sindicato da Sociedade Mineira do Cuango (SMC) acusou neste domingo, 6, a Polícia Nacional (PN) de ter, alegadamente, ferido três trabalhadores com armas de fogo, dois dos quais “em estado grave” e detido sete outros, enquanto quatro encontram-se desaparecidos.

Segundo a Voz de América (VOA), a acção da corporação, de cordo com o responsável do sindicato local, Ferraz Afonso, visou obrigar os grevistas a levantarem a greve que observam desde Julho por conta da falta de condições de trabalho.

O sindicalista acusoa a entidade patronal de ter feito recurso à justiça sem antes ouvir os trabalhadores sobre as razões da paralisação.

“Nós também temos direitos”, lembra aquele sindicalista que acusa a PN de ter invadido as instalações do acampamento mineiro na calada da noite “com tiros e bombas”.

Resposta legal, diz empresa

Entretanto, o presidente do Conselho de Gerência da Sociedade Mineira do Cuango (SMC), Artur Gonçalves, disse à Voz da América que a Polícia Nacional agiu sob mandato judicial e negou que os efectivos enviados ao local tivessem usado balas reais contra os grevistas.

“Houve uso de gás lacrimogéneo e escoriações resultantes da tentativa de fuga”, admitiu.

Gonçalves acrescentou que os trabalhadores declararam uma greve sobre um caderno reivindicativo que a empresa já tinha respondido “na sua totalidade ” pelo que a paralisação “não tinha a razão de ser”.

Ele sustentou que os motivos evocados “não constavam das reivindicações anteriores”, nomeadamente , o afastamento da atual direcão da SMC.

Artur Gonçalves concluiu que o tribunal considerou ilegal a paralisação razão pela qual a PN usou os meios ao seu dispor para obrigar o cumprimento do despacho do juiz da Comarca do Cuango e “repor a lei”.

SIC não reage “ao telefone”

A SMC, inserida no projecto Cuango, é uma parceria entre a ENDIAMA, ITM e a Lumanhe, sendo designada como, Lda.

Situa-se na província da Lunda-Norte e detém uma área de 3000 km de extensão na zona do rio Cuango.

A mobilização do projecto teve início em Dezembro de 2004 e a produção efectiva começou em Maio de 2005.

Contactado pela Voz da América, o director do Serviço de Investigação Criminal (SIC), Sandouka Tuyane Neto, negou-se a prestar quaisquer declarações “ao teleone” sobre o assunto.

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