Famílias continuam a sentir a crise económica e financeira no bolso, afirma Docente Universitário

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Docente Universitário e Economista José Sapi fala das dificuldades que as familas benguelenses estão atravessar para aquisição dos bens primários em prol presente quadra festiva.

TÓPIOCOS

  • Falar da diversificação da econimia temos que olhar com responsabilidade, temos que falar que a diversificação da economia não é só agricultura;
  • gostaria que o governo angolano controlasse mais a actividade económica, de maneiras a termos aquilo que nós chamamos de economia sustentável;
  • é preciso que cada vez mais o Estado crie políticas e estratégias de termos o Dólar á um preço reduzido para continuarmos a importar, porque o que está a nos dificultar a importar é mesmo a escasses e a subida do dolar;

Ao falar sobre o contexto actual das famílias angolanas, com grande realce as famílias Benguelenses, sobre as dificuldades das mesmas aquando dos preparativos da quadra festiva, sabemos que o País está mergulhado numa crise económico-financeira, provocada pela queda do preço do barril do petróleo no mercado Internacional.

Ao que se refere a quadra festiva nota-se profundamente que a população não está a viver tanta ansiedade, tanto movimento como antes, como as quadra festivas de, como por exemplo de 2010, 2011, onde as receitas acabavam por suplantar as despesas e isso facilitava deque maneira suportar os custos, algumas vezes até não tão necessariamente assim, hoje a população está mais preocupada com aquilo que pretendem, alimentar-se, estamos a falar dos bens de primeira necessidade, obviamente que a preocupação agora está claro que a população procura evitar gastos desnecessários de maneiras que não venha sentir tanta, dificuldades para gerir aquilo que é o mês de Janeiro, conhecido como o mês da fome.

Também, olhando naquilo que são as empresas privadas que muitas das vezes o seu rendimento depende muito das disponibilidades da moeda, estamos a dizer aqui o equilíbrio entre a procura e a oferta, em termos de moedas, aqui falamos concretamente do nosso Kwanza, quando aparece de formas muito reduzido também vamos notar que as próprias empresas privadas acabam por ter dificuldades de poder fazer com que circule o seu stock, quando digo stock estou a querer referenciar concretamente a nível dos seus produtos, mercadorias para se vender, é verdade que o Estado está a pagar os salários da função pública, mas, como se está a fazer de forma faseada é claro que também as suas compras em termos da população, também poderá ser feita de forma moderada de maneiras que consigamos ter aquilo que é a cultura de poupança, sabendo que na medida que o tempo vai passando as pessoas não conseguem ter a certeza de como as coisas podem evoluir.

 

É verdade que também conseguimos notar que a nível dos preços de bens de primeira necessidades já está a reduzir, já está a criar aquilo que nós chamamos de boa vinda a nível dos preços, tanto no mercado formal como informal, mas queremos que reduza cada vez mais, de modos a que os preços dos bens de primeira necessidade não seja uma dor de cabeça muito grande, pôs embora que eu defendo uma outra coisa, que em economia tem se tido que é preferível que o salário mantenha-se mas os bens de primeira necessidade reduzam no máximo, porque se o Estado angolano continuar cada vez mais a subir os salários da função pública e subir de forma proporcional os bens de primeira necessidade vamos notar que quase não estaremos a fazer nada, a melhor via do meu ponto de vista é apostar seriamente na diversificação da economia.

Falar da diversificação da economia temos que olhar com responsabilidade, temos que falar que a diversificação da economia não é só agricultura, agricultura não anda sem a importação, sem a produção, sem a distribuição, por exemplo o Pneu, os Pneus de um caminhão que poderá transportar por exemplo produtos acabados do campo, de uma determinada lavra, fazenda para a zona de venda dos produtos escoados, claro que tem de ser a um preço reduzido, então significa que diversificação da economia é mesmo para diversificar todas as actividades económica, sem exceção e só assim é que nós, a um curto espaço de tempo podemos produzir vários produtos, como por exemplo o arroz, a massa, a fuba, à um preço bastante reduzido.

É com certeza que o Estado está a fazer, mas precisamos de capitalizar mais, porque para se investir é preciso que haja dinheiro, muitas das vezes não é preciso muito dinheiro, mas sim, precisa-se de dinheiro suficiente para poder investir com responsabilidade, fazer aquilo que chamamos “as fases da função do gestor”, que é planificar, dirigir, controlar, o que é muito fundamental de que qualquer empresa, não necessariamente que seja o Estado, que não tenha este elemento que é o controlo, obviamente não vai conseguir até que ponto a sua empresa conseguiu atingir aquele ou outro objectivo.

Por meu ponto de vista, ainda acho que a população está cada vez mais firme naquilo que é o suportar das despesas, primeiro porque hoje já vemos uma preocupação muito grande a nível da polícia económica, no controlo dos preços e gostava que aumentassem mais, de maneiras que a especulação de preços não se auto eleve de maneiras que a população com poucas receitas, com pouco rendimento disponível consiga satisfazer os seus objectivos, estou a dizer concretamente alimentação, porque a nível dos outros custos a suportar que, em condições normais nas outras quadra festivas nós notávamos que o angolano, por exemplo a preocupar-se, nessa fase a pegar o presente, está a dar por exemplo um caro, uma chave para uma casa, uma motorizada, entre vários presentes que registávamos naquela altura.

O quadro mudou, hoje já não notamos isso, porque a própria moeda, que é o Kwanza o poder de compra está a diminuir, se os angolanos, particularmente os benguelenses não tiverem a cultura de poupança a cultura de racionalização, claro que nunca poderão conseguir ver os seus objectivos alcançados, como por exemplo a casa própria, um transporte, que já não é um lucho no contexto actual, mas sim é uma necessidade.

Nesta ordem de ideias, gostaria que o governo angolano controlasse mais a actividade económica, de maneiras a termos aquilo que nós chamamos de economia sustentável, a economia sustentável é produzir hoje sem prejudicar as gerações vindouras, fazemos com que nós de forma bastante prudente, industrializássemos as províncias todas, criarmos fonte de riqueza para todas as províncias de maneiras que pudesse repercutir na vida dos cidadãos, não a curto prazo, contando daqui à cinco, seis anos, nós vamos assistir uma Angola melhor, uma Angola onde os angolanos gostavam de criar os seus negócios e isso, inclusive poderá aumentar nas receitas fiscais do próprio Estado.

O Estado ganha muito mais quando existir várias empresas a implementarem o seu negócio no mercado, porque vai poder ajudar, diminuindo o desemprego, vai poder criar condições sociais, porque nós temos que tirar o habito de encarar o Estado como o patrão de tudo, como aquele que resolve todos os problemas, o Estado aparece sim para criar aquilo que são as intervenções e podemos aqui a presentar a tese do pai da economia, Adam Smith, de que “o Estado deve interferir de forma indirecta, deve regular a actividade económica”, claro que o Estado poderá aparecer para regular e as empresas privadas devem ser chamadas à responsabilidade para poder engradecer naquilo que é o crescimento económico em prol do desenvolvimento económico.

Acompanhe a entrevista completa na página da Rádio Angola:  http://www.blogtalkradio.com/radioangola/2016/12/13/famlias-continuam-a-sentir-a-crise-econmica-e-financeira-no-bolso

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