FAMILIARES EXIGEM EXPLICAÇÕES DA UNITA SOBRE MORTE DE J. SANGUMBA

Conforme apurou o Novo Jornal junto do irmão de Jorge Sangumba, os familiares dizem não pretender criar factos políticos, mas tão-somente um pedido de desculpas da actual direcção da UNITA “para serenar os ânimos e repor algumas verdades sobre as circunstâncias da morte, até hoje sem nenhuma explicação por parte do presidente Isaías Samakuva”.

Nesse sentido, segundo Adolfo Sangumba (irmão), a família quer saber se o antigo membro do partido foi morto por algum tipo de execução sumária durante a vigência do conflito armado, quem causou, quando e por que razão. O irmão de Jorge Sangumba referiu que, no ano passado, um representante da sua família reuniu com o actual líder da UNITA para com o qual abordar o assunto, e ficou estabelecido o compromisso do presidente do partido em dar seguimento à solução das preocupações que lhe foram apresentadas, mas, até à presente data, sem sucesso.

“A nossa reivindicação vem por causa do silêncio de Samakuva. Ele foi sempre contactado por nós e até hoje não diz

nada. Compete ao presidente desencadear procedimentos internos a fim de nos dar toda a informação possível”, disse em declarações ao NJ o irmão do antigo responsável da campanha diplomática da UNITA, alegando que o ideal seria ter já em posse as explicações do acontecimento antes de Isaías Samakuva deixar o poder, uma vez que foi ele quem sucedeu ao fundador do partido

Adolfo Sangumba não deixou de mencionar o papel importante que Jorge Sangumba representou ao lado do antigo líder do «Galo Negro», Jonas Savimbi. “É preciso aqui destacar o grande homem que o antigo responsável pela campanha de aceitação da UNITA na Organização da Unidade Africana (OUA) sempre demonstrou. Jorge Sangumba sempre esteve ao lado de Savimbi e algumas vezes exerceu o papel de presidente interino do partido do Galo Negro”, realçou.

Saliente-se que Jorge Sangumba teve, dentro da UNITA, um papel prestigiado que chegava mesmo a ser comparado a um presidente em pleno desempenho. O mesmo, contudo, não deixou de destacar o papel importante que Jorge Sangumba representou ao lado do antigo líder do «Galo Negro» Jonas Savimbi.

Recorde-se que, em Fevereiro do ano passado, o deputado à Assembleia Nacional da CASA-CE Makuta Nkondo, que também exerceu o cargo de deputado da II Legislatura pela Banca da Parlamentar da UNITA, já havia questionado em entrevista à Voz da América o paradeiro do corpo de Jorge Sangumba, afirmando mesmo que “todos os primeiros líderes dos três movimentos mataram”.

Fonte: Novo Jornal | António Gaspar