Falta de professores e carteiras nas escolas públicas preocupa população da Lunda-Norte

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As más condições das escolas públicas, nos municípios do interior da província da Lunda-Norte, continuar a preocupar os alunos, pais e encarregados de educação, numa altura em que, já decorrem há mais de duas semanas, as aulas do lectivo 2021/2022.

*Jordan Muacabinza | Cafunfo

Na visão da população da Lunda-Norte, os diamantes que são explorados diariamente na região pelas empresas mineiras, continuam a não beneficiar os autóctones que clamam por quase tudo, com maior enfoque no sector da educação.

Os pais e encarregados de educação denunciam que as más condições nas escolas públicas onde estudam as crianças, onde para ale da falta de carteira, as escolas carecem de mais professores, uma vez que a maioria tem leccionado são “eventuais”, que em função disso não são remunerados.

“Há vários anos que Executivo angolano explora os recursos nas Lundas, com destaques para os diamantes, mas os municípios por onde são extraídos tais recursos mantém-se degradas com a falta de professores, carteiras, água potável, energia eléctrica e estradas, sem falarmos da extrema pobreza que assola a população”, disse um dos entrevistados.

Nos municípios de Capenda Camulemba, Xá-Muteba, Caungula, Cuilo, Lóvua, Lukapa e Cuango, a realidade é a mesma, de acordo com os seus habitantes ouvidos por este portal.

Com arranque das aulas, os populares clamam o Governo Provincial da Lunda-Norte e ao Governo Central, para a necessidade de aumentarem o número de professores e melhorar as condições nas escolas do Estado, o que na sua visão configura num “abandono do ensino público no país”.

Reclama que, as escolas estão a registar excesso de alunos em cada sala de aula, fora do estabelecido pelas autoridades do Ministério da Educação.

“Há sobrelotação nas salas de aula, em cada uma das salas dessas escolas em Cafunfo acolhe mais de 80 crianças”, disse um dos encarregados, revelando que no Complexo Escolar Rainha Mwana-Cafunfo nº129, foram matriculadas mais de 1730 alunos, tendo apenas três professores, o que para eles “é um número insuficiente” para atender a demanda.

A pequena Amélia Marcolino, aluna da 6ª classe disse que, desde que as aulas começaram há duas semanas, ainda não tiveram aulas devido à falta de professores na sua escola, arredores da vila mineira de Cafunfo, que reclama igualmente por falta de carteira na instituição.

Já, a jovem Marcelina Augusto afirmou que quase todas as escolas no município do Cuango não têm professores suficientes e os poucos que existem não pagos pela direcção provincial da Educação da Lunda-Norte, por alegadamente estarem apenas em regime de colaboração.

Para o professor José Adelino Txizungo, a falta de qualidade no ensino no país, resulta destes todos os problemas que os alunos e professores enfrentam no sistema de ensino e aprendizagem.

“É inadmissível numa região onde os diamantes são explorados dia e noite, mas escolas não têm qualidade se exige e os habitantes desta região não têm beneficiado dos tais diamantes”, disse.

Entende que, o governo devia apostar na educação, pois, segundo o professor, prepara o homem que para ele “é o bem mais precioso que existe na humanidade, pelo que se torna vergonhoso ao ponto de termos escolas sem professores, sem carteiras, e isto só pode acontecer aqui nas Lundas, onde até as crianças deviam merecer a merenda escolar, o que não acontece”.

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