Ex-militares desafiam estado de emergência e manifestam-se em Luanda

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Por LUSA | Noticias ao Minuto

Cerca de 200 ex-militares que foram desmobilizados manifestaram-se hoje em Luanda, desafiando as regras do estado de emergência que vigora em Angola desde 27 de março devido à pandemia de covid-19, confirmou a Lusa junto de fontes policiais.

s manifestantes que hoje percorreram algumas ruas da Maianga, no centro de Luanda, capital do país, fazem parte de um grupo de ex-militares das Forças Armadas Angolanas (FAA) que há alguns anos reivindicam ser enquadrados na Polícia Nacional.

Segundo as mesmas fontes, não houve detenções.

No ano passado, os ex-militares, que desde 2014 foram desmobilizados das FAA, fizeram duas manifestações na capital angolana para reclamar a entrada na Polícia Nacional, tendo um outro protesto ocorrido na província do Huambo, com o mesmo propósito.

Já em janeiro último, o comandante-geral da Polícia Nacional angolana, Paulo de Almeida, apelou aos antigos combatentes para deixarem de se manifestar, considerando este comportamento negativo para a entrada naquela força.

De acordo com Paulo de Almeida, a integração dos ex-militares na polícia não é automática, nem é uma transferência, mas obedece a mecanismos e processos de apuramento e seleção.

Angola declarou o estado de emergência para conter a propagação da epidemia de covid-19, pela primeira vez, em 27 de março, tendo já prorrogado por duas vezes a decisão.

O país conta atualmente com 35 casos positivos de infeção pelo novo coronavírus, entre os quais duas mortes.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 251 mil mortos e infetou quase 3,6 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

O número de mortes provocadas pela covid-19 em África subiu para 1.844 nas últimas horas, com mais de 47 mil casos da doença registados em 53 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.

Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné-Bissau lidera em número de infeções (475 casos e dois mortos), seguindo-se a Guiné Equatorial (315 e uma morte), Cabo Verde (186 e duas mortes), São Tomé e Príncipe (174 casos e três mortos), Moçambique (81) e Angola (35 infetados e dois mortos).

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

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