Estudantes com necessidades especiais querem professores surdos para facilitar compreensão das matérias
Os estudantes com necessidades especiais (surdos e mudos) apelam às autoridades competentes a criarem condições nas escolas, para que os estudantes tenham nas salas de aula, professores surdos, com vista a facilitar a assimilação e a compreensão das matérias que são ministradas.
O clamor foi apresentado ao Movimento de Estudantes Angolanos (MEA), durante uma auscultação feita pela organização que defende a classe estudantil no país. Na ocasião, os estudantes com necessidades especiais afirmaram que, os actuais professores que têm “leccionam as aulas como se estivessem diante de alunos normais”, lamentam, tendo como a principal consequência a não assimilação dos conteúdos. “Há estudantes maiores de idade que não sabem ler nem escrever em função dos professores que têm”, disse o líder do MEA, Francisco Teixeira.
Da constatação feita, a delegação do Movimento de Estudantes Angolanos, que constatou vários problemas no seio dos estudantes especiais, apurou que “os professores na sua maioria são ouvintes, ou seja, ouvem e falam sem gestos”.
O presidente do MEA, Francisco Teixeira, apela à calma aos estudantes com necessidades especiais, garantindo que a sua agremiação “tudo fará para que os alunos tenham professores surdos para dar aulas aos surdos, para o melhor aproveitamento escolar”.
Os professores surdos pedem auxílio ao Movimento de Estudantes Angolanos para que o Ministério da Educação “dê uma oportunidade aos estudantes finalistas do ensino médio, sobretudo surdos e mudos, para fazerem uma formação de agregado pedagógico, para darem aulas nas escolas especiais, desta forma ajudar os seus colegas no processo de aprendizagem”.
O Movimento de Estudantes Angolanos (MEA) reitera o seu apoio incondicional aos estudantes para que todos possam ter uma educação de qualidade e sem exclusão.
“Os estudantes finalistas do ensino médio pretendem ingressar ao ensino superior e o Estado não garante ensino superior aos estudantes especiais e isso constitui uma violação dos direitos humanos”, considera o MEA.
Francisco Teixeira garantiu empenhar-se, no sentido de ajudar os alunos, incluindo os professores, que não tenham qualquer reconhecimento por parte do Ministério da Educação para que possam dar aulas.