Esquadrão da morte lança nova onda de execuções sumárias em hasta pública

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A prática das execuções extra-judiciais começa a ter lugar nos últimos dias em Angola. Num passado muito recente, o partido UNITA, a CASA-CE e o Ministério do Interior (Minint), condenaram o assassinato de um suposto criminoso na via pública em Luanda, supostamente pelos efectivos do SIC.

Fonte: O Decreto

O cenário voltou a repetir-se às 12 horas de sábado, 15, em que cinco presumíveis marginais foram executados em hasta pública no bairro Kapalanga, no município de Viana, na capital do país.

Segundo fontes do O Decreto, a “brigada de baixa visibilidade do Serviço de Investigação Criminal é que teve a missão de matar a tiros os cinco”, que dados “havia agentes Polícia, SIC e Serviços Penitenciários catalogados como altamente perigosos”.

Mortos e abandonados no Kapalanga, em Viana, os cinco cadáveres, são identificados em grupos do SIC, como sendo Polícias, agentes do SIC e dos Serviços Penitenciários, que actuavam ao longo da Via Expresso, assaltando viaturas e fazendo “refém” determinados cidadãos.

Em nota de imprensa o  Serviço de Investigação Criminal diz ter sido chamado, na tarde de sábado, de 15 de Janeiro de 2022, para  remover cinco cadáveres no Kapalanga, sendo que, diante dos factos,  os investigadores criminais e peritos de campo do Laboratório Central de Criminalística, deslocaram-se ao local da ocorrência e procederam à remoção dos respectivos  corpos,  sendo que três desses indivíduos, foram encontrados com armas de fogo do tipo pistola” descreve a nota.

A fonte do O Decreto, descreve que, o equipamento bélico encontrado no local foi um material posto: “ e que visa apenas justificar o assassinato destes supostos meliantes” disse.

“Neste momento e perante tão relevante facto, o SIC instaurou o competente procedimento investigativo para apurar as circunstâncias em que ocorreram as respectivas mortes”, pode ler-se no comunicado a que tivemos acesso.

Testemunha ocular conta como tudo aconteceu

Um dos moradores que acompanhou de perto o episódio, contou que o facto ocorreu às 12h15, quando duas viaturas alegadamente do SIC escoltavam uma viatura de marca Rav-4, onde se encontravam cinco cidadãos.

A fonte contou que, as vítimas aparentemente jovens, foram mortas por elementos pertencentes ao Serviços de Investigação Criminal de Luanda. “Entre os homens do SIC, dois estavam sem o colete da instituição e trajavam calças jeans preta e um casaco de cor igualmente preto estilo de a bata com uma arma em punho do tipo AKA 47.

Outro efectivo do SIC vestia calças de cor azul e uma camisola de cor branca, que no momento da execução dos jovens, desceu de uma viatura que terá sido abandonada no local após o cumprimento da missão.

De acordo com a fonte do O Decreto, os cinco cidadãos foram retirados da viatura Rav-4 em que seguiam, e posteriormente alvejados à queima roupa.

De referir que, “O Campo da Morte” é o título do relatório recentemente divulgado, no qual o jornalista e investigador angolano Rafael Marques de Morais reporta 92 vítimas mortais, na sua maioria fuziladas por polícias organizados em esquadrões da morte, entre Abril de 2016 e Novembro de 2017, nos municípios de Viana e Cacuaco, nos arredores de Luanda.

Relatório enviado em Abril passado ao comandante geral da polícia, ao Ministro do Interior e à Procuradoria Geral da República, que a 12 de Dezembro anunciou a criação de uma comissão de inquérito, para apurar a “veracidade dos factos”.

Para Rafael Marques, que começa por descrever o que é “O Campo da Morte”, o Presidente João Lourenço tem “alguma sensibilidade nas questões de direitos humanos” e pretende “dissociar o seu governo desse tipo de comportamentos brutais”.

Radio Angola

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