ESCREVER BEM NÃO É SÓ PARA QUEM SE FORMOU EM LÍNGUA PORTUGUESA, DEPUTADA TCHIZÉ DOS SANTOS!

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Littera Lu | Cidadão e eterno aprendiz da língua

Causa-me algum mal-estar saber que, no século XXI, ainda haja figuras públicas que pensam que escrever bem é apenas para quem se formou ou está a se formar em Língua Portuguesa. No Facebook, a cada passo, aparecem pessoas que exercem cargos e funções importantes, como é o caso da deputada Tchizé dos Santos (TS), que dão pontapés na escrita. Não impõe(m) respeito.

Qualquer aluno da 5.ª classe encontrará erro gritante neste texto, da autoria da deputada Tchizé dos Santos: “250 seguidores. Obrigado à todos meus instakambas”.

É lastimável e até certo ponto incompreensível, amigos. Não consigo perceber, embora bué de esforço eu faça, por que razão a deputada em questão não contrata profissionais ligados à linguística para rever os seus textos antes de publicar. Não percebo. Não. Digo, não, na medida em que Tchizé dos Santos(TS) goza de boa saúde financeira para contratar um revisor qualificado. Não se justifica, portanto, ela publicar textos com violação e violações ou pontapés na gramática.

Para se escrever o que quer que seja em língua portuguesa, é necessário que se tenha um domínio abrangente das suas gramáticas, quer implícita quer externa, das ciências da linguagem que a estudam, a fim de respeitar o padrão normativo, na  escrita, da gramática da língua a escrever. Como TS não tem esse domínio, deve mesmo contratar um revisor de textos. Do contrário, é tentar dar algo que não tem.

Senhora deputada, contrate mesmo revisores de textos, uma vez que não tem domínio da língua escrita. A senhora tem, sim, noções sobre alguns aspectos da língua; porém, não tem ideia de como deve ser aplicado/respeitado na prática/escrita, prova disso é que é possível, nas suas publicações, encontrar a separação predicado e o seu objecto, mau uso da crase, algo que, para um texto escrito por uma deputada, é gravíssimo.

Não gosto de fazer juízo de valores ou corrigir “erros”, sobretudo quanto à língua falada, mas não consigo, desde 2017, manter-me calado diante dos erros crassos que tenho visto nas publicações de Tchizé dos Santos.

Quando se escreve na língua de Camões, deve-se obedecer, na escrita, a sua regra, senhora deputada!  Se fosse texto de uma pessoa qualquer, que não seja deputada e filha de alguém que (des)governou este país durante bué de anos, até dava jeito de compreender: talvez a pessoa tenha um grau de escolaridade bué baixo ou, num outro modo de ver, nunca teve a possibilidade de ter acesso à língua culta ou nunca frequentou a escola.

Quando algo já se repete constantemente, não é questão de falha: é, pois, de noção. Não é a primeira que a deputada dá pontapés no uso da crase; tenho visto vírgulas empregadas de forma incorrecta nos posts de TS; tenho visto uso inadequado da letra inicial maiúscula nas publicações dela. Em suma: são pontapés na gramática e muito bem repetidos de forma inexacta nos textos da deputada Tchizé dos Santos.

Antes de publicar algo, senhora deputada, entregue o que escreveu a pessoas formadas, com conhecimentos sólidos e capacidades de análises linguísticas, gramaticais, etc., a fim de ter um post, como dizia alguém, “com cabeça, pescoço, tronco e membros” no que à língua escrita diz respeito.

Peço desculpa pela observação, mas foi com boa intenção. Até rima!

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