ECONOMISTAS ABORDAM O AMBIENTE ECONÓMICO EM ANGOLA
O representante residente do Fundo Monetário Internacional em Angola, Max Alier, afirmou que Angola, por ser um dos países de renda média, necessita urgentemente de diversificar a sua economia para além dos seus recursos naturais, com realce ao petróleo, dados os níveis de decadência que este último tem sofrido nos últimos anos, começando por preparar os seus orçamentos sem a contribuição deste recurso.
Texto de Simão Hossi
Essa declaração foi feita durante uma conferência realizada organizada por estudantes da Universidade Independente de Angola (UnIA) na manhã de hoje, 14, na referida instituição.
Max Alier chamou ainda a atenção às dívidas que o governo angolano tem contraído com o propósito de alavancar a economia nacional, adiantando que é preciso estar atento aos riscos nas propostas apresentadas por quem empresta.
Precioso Domingos, economista e investigador do Centro de Estudos e Investigação Científico da Universidade Católica de Angola (CEIC- UCAN), foi outro palestrante ao evento. Na sua abordagem salientou que a economia do País está doente pelos vários níveis de recessão que ela vive e tem vivido. O economista apresentou uma análise gráfica sobre os últimos seis anos ao que considerou de uma estagnação excessiva.
Destacou a interferência do governo no que diz respeito à actividade económica dos agentes privados, apontando que é necessário que o Estado não crie política de competição com o privado. Preciso acredita que a solução está em o Estado adoptar a economia de mercado de facto mas que seja nos meandros do conceito de economia de mercado, pois, adiantou, Angola não está a desenvolver os princípios de políticas de mercado.
Ao finalizar, Preciso alertou para a necessidade de o Estado dar valor à acção dos pequenos agentes económicos, pois estes, disse, devem ter o mesmo tratamento nas cobranças dos impostos que se cobra às grandes empresas, de forma que possa assim recuperar tudo que perdeu ao longo dos anos de crise económica e financeira.