Director do Jornal “O PAIS” acusado de afastar jornalistas “incómodos”
Trata-se dos jornalistas e editores André Mussamo( Economia), Romão Brandão (Sociedade), Ireneu Mujoco (Política), Domingos Bento e Francisco Silva, este último paginador, cuja carta foi já remetida ao Departamento dos Recursos Humanos.
De acordo com a fonte do Club-K, José Kaliengue alega que os visados são jornalistas que não cumprem com as suas obrigações ou não se identificam com o jornal, acusações, entretanto refutadas por um dos jornalistas.
A suposta decisão de José Kaliengue terá surpreendido a chefe de Recursos Humanos, conhecida por Gabriela, pelo facto de, em pouco tempo, terem sido despedidos ou suspensos contratos de vários quadros no mês passado por questões financeiras.
Um dos jornalistas visados e contactados por este portal, disse que as acusações não têm nenhuma fundamentação, mas apenas uma decisão unilateral do director que se acha como sendo o jornalista mais importante do jornal e que despreza os restantes colegas.
O jornalista desafiou José Kaliengue a provar as acusações e a incompetência destes, tendo acrescentando que ele não gosta de ouvir e nem aceita crítica.
Segundo o jornalista, José Kaliengue pode ser um bom jornalista, mas é um péssimo gestor de homens, e está mais que provado.
Disse que ele não reconhece o esforço e a abnegação dos que “dão o litro” para o jornal sair à rua todos os dias, mesmo sem condições de trabalho para um jornal diário.
Hoje o jornal não tem uma única viatura para reportagens há mais de um mês, mas obriga que os jornalistas que estão a cumprir o confinamento em casa devido à COVID-19 têm de sair para fazer coberturas, mas com que meios, interrogou-se.
O jornalista disse também que nem dinheiro do táxi a empresa dispõe para estes se deslocarem, mas fazem tudo tirando do seu bolso para colocar a edição na rua.
Disse que a incompetência é um falso problema, porque nenhum gestor coloca um incompetente a trabalhar mais de três anos e a dirigir uma secção ou editoria.
Incompetente é ele que perdeu dois correspondentes de luxo, um no Lubango, João Katombela, e outro em Benguela, Constantino Eduardo, cujos contratos foram rescindidos, mas ainda assim deu falsas esperanças que estava a resolver o assunto, mas sem sucesso.
Foi “avacalhado” nos Recursos Humanos e até hoje não consegue resolver o assunto porque até os próprios Recursos Humanos sabem que mentiu os dois jornalistas, que trabalharam seis meses, porque já não tinham contrato com o jornal O PAÍS.
Na visão do jornalista, José Kaliengue devia ouvir mais do que falar, é um gestor que não ouve e obriga que os outros façam tudo por ele.
Para o jornalista, José Kaliengue devia bater palmas pela equipa que têm, porque mesmo com dificuldades os jornalistas são heróis, mas ele pensa que é a única massa pensante do jornal o País.
O jornal o País enfrenta vários problemas, mas o director assobia de lado. Está há mais de um ano sem televisor para os jornalistas acompanhar os noticiários!!!
Em que parte do mundo onde uma Redacção de um jornal fica sem um único televisor, questionou-se, acrescentando que os editores andam a pé, mas a empresa tem carros.
Sobre os carros, o jornalista disse que neste momento estão retidos numa oficina por falta de pagamentos, mas ainda assim exige o que exige.
Desabafou dizendo que hoje o jornal está sem um único revisor, o único que havia, um velho de 70 e tal anos faleceu, mas ele não aceita admitir um outro sob alegação de fazer tudo.
Por assumir tudo, até a revisão que faz o chefe de Redacção ele volta a rever o que faz com que o jornal feche sempre a madrugada, sob alegação de corrigir erros.
Mas erros de quem, interrogou-se a fonte, que disse que ele trata todos de incompetente, e tanto mais não aceita que outros jornalistas como Dani Costa, Subdirector, ou Eugénio Mateus, Chefe de Redacção ajudem a fazer revisão.
O jornalista disse mais que José Kaliengue é um gestor que fomenta intrigas, apesar de um falso sorriso com que se apresenta, facto que levou a saída de vários jornalistas como José Dias, Hélder Caculo, Isandra Capita, Rila Berta, Borges, e outros.
Afirmou ainda que o jornal O País anda dividido em ilhas devido às intrigas fomentadas por ele próprio, e os poucos que ainda resistem cedo ou tarde poderão sair.
O jornalista disse que há mais de um ano que o ambiente de trabalho não ser o mesmo, e começou a verificar isto mesmo quando um jornalista deste jornal alertou aos colegas que a empresa não descontava para a segurança social e foi-lhe lavrado um processo disciplinar!!!
Ele disse a este portal que está disposto a sair, conforme decisão de José Kaliengue, mas vai exigir indemnização, alegando que tem contrato com a empresa em dia.
“Eu vou sair não há problema, tenho os meus projectos, mas vou exigir que me paguem, porque os tribunais estão aí”, disse, acrescentando que está assustado com o salário que ganha, mas eu estou indignado com o que me manda pagar, mas ainda assim a guerra contra mim ou contra nós é imparável.
Segundo o jornalista, acusar colegas de profissão de incompetente é muito grave, mas parece prática de alguns dos chefes do jornal, como fizeram com o jornalista Teixeira Cândido, ex-Chefe de Redacção no tempo do director Luís Fernando.
Disse também que nesta altura em que as pessoas trabalham em casa, devido à COVID-19, exigem que os editores fiquem em sintonia com ele até a madrugada e os que não o fazem são apontados como indisciplinados porque não fazem nada ou porque ficam em casa na desbunda.