DIRECÇÃO DA ORDEM DOS MÉDICOS SOB AMEAÇA
Os médicos, liderados pelos três pré-candidatos, Elisa Gaspar, Mário Frestas e Miguel Bettencourt, podem destituir, amanhã, sexta-feira, em Luanda, a direcção da Ordem dos Médicos de Angola e da comissão eleitoral.
Um grupo de médicos propõe, amanhã, sexta-feira, a destituição da direcção da Ordem dos Médicos de Angola liderada pelo actual bastonário, Carlos Alberto Pinto de Sousa, a quem acusam de estar a dirigir a organização de forma “ilegal”. A reunião foi convocada pelos três pré-candidatos, Miguel Bettencourt, Elisa Gaspar e Mário Fresta, que propõem também a destituição da comissão eleitoral liderada por Ana Veríssimo, por estar a “atropelar” as datas para a realização das eleições previstas para este ano.
Miguel Bettencourt, um dos pré-candidatos e promotor da ‘reunião nacional, critica o “silêncio e a falta de informação” e a “desorganização” no processo eleitoral, que está “viciado e distorcido desde o início”.
Os médicos poderão eleger uma comissão directiva provisória e uma comissão eleitoral, bem como aprovar um novo calendário eleitoral, tendo em atenção que os prazos do actual calendário foram “ultrapassados”.
A pré-candidata Elisa Gaspar defende que a destituição do actual bastonário e da comissão eleitoral são as soluções“mais viáveis”, atendendo ao rumo que o assunto tomou. “A comissão eleitoral não foi eleita, como mandam os estatutos da Ordem dos Médicos, mas sim indicada pelo bastonário cessante, o que é ilegal”, acusa a médica.
A única mulher pré-candidata lembra ter alertado por escrito das “irregularidades” constatadas no processo a comissão eleitoral, mas que os membros desta se remeteram sempre ao “silêncio”.
A convocação da reunião chega dias depois da comissão ter comunicado, em conferência de imprensa, que os candidatos teriam 10 dias para regularizar a situação relativa às inscrições dos respectivos votantes. Este prazo termina na próxima semana. A presidente da comissão eleitoral, Ana Veríssimo da Costa, reconhece que, durante a verificação e avaliação das candidaturas, houve “irregularidades” nas subscrições das listas válidas, de acordo com o estatuto e regulamento eleitoral. Esta posição é contrariada por Miguel Bettencourt, Elisa Gaspar e Mário Fresta, que “perderam a total confiança”na comissão eleitoral devido às “irregularidades do processo e à nomeação ilegal da comissão eleitoral, por não obedecer ao estabelecido nos estatutos nem mesmo a eleição do seu presidente, bem como erros na constituição das comissões eleitorais provinciais e actos contínuo, publicação dos cadernos eleitorais e o cumprimento do calendário por ela mesmo aprovado”.
A presidente da comissão eleitoral, contactada pelo NG, minimizou a situação dizendo que nada sabia e que continua a fazer o seu trabalho. A Ordem dos Médicos tem inscritos 6.479 médicos, 5.491 dos quais angolanos e 988 estrangeiros.
Fonte: Nova Gazeta