Deputado “Dino Matross” acusado de liderar grupo de “venda ilegal” de terrenos dos camponeses no Lar Patriota
Mais de quinhentos camponeses efectos à associação “Ana Ndengue” e do “Bairro Honga”, na zona do “Lar Patriota”, no município de Belas, em Luanda, acusam alguns generais e vários outros dirigentes ligados ao MPLA de estarem usurpar as suas parcelas de terras sem a indmnização.
Rádio Angola
Em declarações à Rádio Angola, as vítimas contaram que estão no espaço desde os anos 70 e 80 a fazer o trabalho de agricultura, pois, a área “era uma mata e só os camponeses é que frequentavam”.
Na descrição que fazem, referem que a cooperativa Lar Patriota surge apenas no terreno no ano de 2002, isto depois do fim do conflito armado com projectos que seriam implantados com a construção de residências e outras insta-estruturas tendo a festa o malogrado general “Dinguanza”, mas com a garantia de que, os camponeses, muitos deles já falecidos, seriam indemnizados.
De lá para cá, relatam, já passam 17 anos e a cooperativa Lar Patriota “nunca cumpriu com as promessa feita, apesar de ter destruído fichas para o controlo dos camponeses que receberiam as indmnizações”.
“Até hoje, não recebemos nada e só usam a força contra os camponeses indefesos”, disse um dos camponeses. As vítimas, maioritariamente mulheres, denunciam que já sofreram várias detenções, torturas e abusos sexuais por parte da polícia e militares.
Envolvimento dos generais e outras figuras ligadas ao partido no poder
Os camponeses denunciam que, uma das principais figuras que nos últimos tempos tem estado envolvido na venda ilegal dos seus terrenos é o político do MPLA e general na reforma, Julião Mateus Paulo “Dino Matross”, em conluio com os responsáveis da cooperativa Lar Patriota.
De acordo com os camponeses afectos à associação “Ana Ndengue e Bairro Honga”, o deputado do MPLA, “Dino Matross” criou uma empresa que funciona em casa localizada no Lar Patriota “onde são feitos os negócios obscuros para a venda de terrenos”.
O presidente da associação “Ana Ndengue”, Santos Mateus Adão apela por uma intervenção “urgente” do Presidente da República, João Lourenço e da Procuradoria Geral da República, no sentido de travar a acção dos “invasores” contra os camponeses indefesos, que têm sofrido agressão de agentes da polícia e militares que orientados pelo Julião Mateus Paulo “Dino Matross” e outras figuras que também têm interesses no terreno.
“Já não estamos mais no tempo da impunidade para que os detentores de poderes façam e desfaçam”, disse
Para além de Dino Matross, apontam os nomes de: Manuel Chiquito, segundo comandante da URP, Maria do Rosário Sambo, ministra do Ensino Superior, Salvador Rodrigues, secretário de Estado do Ministério do Interior, general e deputado Higino Carneiro, irmãos Pitabel, antiga primeira-dama, Ana Paulo dos Santos, general Hendrick Neto, presidente do 1º de Agosto, general Wala, General Zé Maria, general Dino, o comandante provincial de Luanda, Eduardo Fernando Cerqueira e tantos outros.
Oiça aqui na página da Rádio Angola o clamor dos camponeses: