Declaração da sociedade civil angolana sobre as eleições de 2017

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Declaração da sociedade civil angolana sobre as eleições de 2017

Fonte: Zuela

A sociedade civil Angolana, representada em seus diversos estratos, diante da situação grave em que o país se encontra, face à divulgação dos resultados eleitorais, constata e toma a seguinte posição:

  1. Não houve o cumprimento da Lei na fase de contagem, escrutínio, apuramento e divulgação dos resultados pela CNE, pelo que, houve a violação dos articulados 124-136 da LOEG.
  2. O facto acima expresso foi confirmado por sete comissários nacionais da CNE.
  3. Os partidos da oposição reafirmam, com dados probatórios, a discrepância entre os resultados divulgados ilegalmente pela CNE e as actas provenientes dos locais de votação depositadas nos seus centros de contagens paralelo — documentos fiáveis na expressão da vontade cidadã.
  4. Em virtude de haver semelhança entre o percentual anunciado antecipadamente pelo regime, de uma falsa vitória do seu partido, e os anunciados posteriormente pela CNE, é mais uma evidência de que os resultados foram produzidos pela cúpula do MPLA.
  5. Estes acontecimentos são consequências previsíveis de acções que inquinaram o processo desde a sua preparação, como sejam, o registo eleitoral conduzido por um árbitro e que ao mesmo tempo é jogador; solução tecnológica e logística sob responsabilidade das empresas INDRA e SINFIC, ambas famosas na fabricação de resultados eleitorais contra a vontade popular.
  6. Neste momento crucial e grave da nossa história, propomos a nossa inclusão na recontagem dos votos e divulgação dos resultados, seguindo todos os procedimentos previstos pela lei.
  7. Não havendo flexibilidade para a nossa integração na busca de uma solução de um problema criado pelo regime, recomendamos o seguinte:
  8. Que a Igreja, em nome da verdade, da doutrina social e do sentido profético do antigo testamento, tome uma posição firme.
  9. Que os partidos da oposição se unam para que em conjunto convoquem o povo, a única vítima desta farsa, para que possamos repor a verdade eleitoral com apoio do artigo 47 da CRA que nos confere o direito à manifestação até a concretização e o respeito da lei.
  10. Que os cidadãos saibam que se não tomarmos uma posição alinhada e unida jamais sairemos da neoescravidão na qual fomos colocados pela tirania que quer manter os seus interesses cleptocráticos instalados.

 

Luanda, 30 de Agosto de 2017

 

Organizações e personalidades subscritoras

 

Associação Construindo Comunidades (ACC) —————————————————–

Associação para o Desenvolvimento da Cultura dos Direitos Humanos (ADCDH) —————————————————————————————————————-

ANO ———————————————————————————————————————–

Friends of Angola (FoA) —————————————————————————————-

Movimento Kairós Southern Africa (MKSA) ——————————————————–

Sedrick de Carvalho ———————————————————————————————-

Manuela Serrano ————————————————————————————————–

Pedrowsk Teca ——————————————————————————————————

Pe. Pio Wakussanga   ——————————————————————————————–

Pe. Gaudêncio Félix Yakuleinge —————————————————————————-

José Gama————————————————————————————————————–

Luiz Araújo ————————————————————————————————————-

Manuela Serrano—————————————————————————————————-

Lubanzadio Bula —————————————————————————————————-

Gika Tetembwa ——————————————————————————————————

Magno Domingos ————————————————————————————————–

Arlete Ganga ———————————————————————————————————-

Arão Bula Tempo —————————————————————————————————

Benedito Jeremias ————————————————————————————————-

Leandro Freire ——————————————————————————————————-

Domingos da Cruz ————————————————————————————————-