Coronel das FAA dispara com dois tiros a queima roupa contra cidadão em Cafunfo

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A vila mineira de Cafunfo, no município do Cuango, na Província da Lunda-Norte, continua a registar casos, que segundo a população local, configuram na clara violação de direitos humanos em Angola.

*Jordan Muacabinza | Cafunfo

O caso mais de recente ocorreu no sector de Cafunfo, onde um cidadão identificado por Tunga Eduardo Cristiano, 32 anos, acusou um efectivo das Forças Armadas Angolanas (FAA), que atende pelo nome Alberto (Beto), coronel do exercito, de ter disparado contra si, atingindo o mesmo com dois tiros na perna esquerda.

O incidente, segundo contou à Rádio Angola, ocorreu às 00h00 de sábado, 2 de Julho, quando apareceu um oficial superior do exercito angolano, identificado pelo Alberto (Beto), estava de civil armado com uma pistola de marca Macaroff, supostamente em estado de embriaguez.

“Num altura em que convivíamos num dos restaurantes do senhor Gisse de nacionalidade congolesa, este começou a fazer-me ameaças, quando tentei lhe responder, este pegou na pistola apontou-me, continuamente, meu amigo Bruno, também tentou lhe dirigir a palavra, o coronel apontou também com arma ao meu colega, depois de eu não ter admitido ameaças, ao responder deu um passo atrás e fez  um disparo que não me tocou, mas por susto do disparo tendo caído ao chão, e em seguida disparou o segundo tiro que me apanhou na perna direita na região do fêmur,  que afectou o osso, contou.

Dada situação, o oficial do comando especial, depois de ter feito os disparos, dois agentes da Polícia Nacional, vieram até ao local, o mesmo meteu-se em fuga sem saber o seu paradeiro.

“Os dois agentes da polícia puseram-me numa motorizada e levaram-me no Hospital Regional de Cafunfo onde recebi os primeiros socorros no banco de urgência, sendo que minutos depois, apareceram os investigadores do SIC que diziam ter tomado nota sobre o sucedido”, disse.

Já no dia seguinte, afirmou a vítima, “ouvi dizer que o coronel se apresentou na 2ª Esquadra da Polícia Nacional de Cafunfo, o que eu não acredito que aquele coronel com tanta impunidade no Cafunfo seria detido na hora ou até mesmo que fosse punido de acordo com a Lei, porque devido da debilidade da justiça no município do Cuango, não me garante confiança de que o coronel (canibal) estaria nas celas”, lamentou, acrescentando que “aqui é outro território, onde militares entre outros órgãos de Estado, fazem e desfazem o grito da população não chega aos céus”.

Pai da vítima denuncia ameaças por reclamar assistência do filho

Eduardo Foste, pai da vítima, denunciou a este portal o aumento da impunidade na vila mineira de Cafunfo, revelando que, aquando do internamento do filho no Hospital Regional de Cafunfo, foi alegadamente ameaçado por reclamar que a vítima fosse assistida.

O progenitor reclamou também a falta de medicamentos na referida unidade sanitária, ao lhe ser dada apenas a receita para que fosse a compra dos medicamentos numa “farmácia de kandonga no valor de 25 mil kwanzas”.

Devido à falta de condições o paciente teve que ser transferido para o Hospital Regional de Malanaje para continuar com o tratamento médico.

Para os familiares que exigem justiça, o acto cometido pelo militar das FAA “um crime público e que cabe às autoridades competentes, concrectamente o Secção de Investigação Criminal (SIC) e o Ministério Público (MP)”.

 

Os activistas dos direitos humanos entendem que a acção alegadamente “cometida pelo tenente-coronel numa altura em que o país vai realizar as eleições a 24 de Agosto, e apelam aos órgãos de justiça, pois afirmam, não pode ser minimizado porque já se viveu vários tipos desses casos que nunca tiveram pernas para andar”.

O portal Rádio Angola  tudo fez para ouvir o tenente coronel acusado, mas sem sucesso.

Radio Angola

Radio Angola aims to strengthen the capacity of civil society and promote nonviolent civic engagement in Angola and around the world. More at: http://www.friendsofangola.org

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