CONTRABANDISTAS DE COMBUSTÍVEIS CONDENADOS NA HUÍLA
O tribunal provincial da Huíla condenou nessa terça-feira, 3 de Março, 26 dos 29 cidadãos acusados de desvio de 122 cisternas de combustíveis em 2016 na Central Térmica da Arimba em penas que vão de dois a 12 anos de prisão.
Texto de Mensageiro Andrade
Segundo a decisão dos juízes, em tribunal ficou provado que os réus cometeram crimes de peculato, concussão, soltura de preso, abuso de confiança, associação de malfeitores e criminosa, corrupção activa, causando um prejuízo ao Estado angolano em mais de 500 milhões de Kwanzas.
Para além das penas que vão cumprir, os condenados foram condenados a pagar multas que variam de quatro milhões a 83 milhões de Kwanzas.
O principal rosto do processo é o director-adjunto do Serviço de Investigação Criminal (SIC) na Huíla, Abel Tchombinda Waiaha, que recebeu a pena mais alta. Mais dois agentes constam do processo.
É sabido que o dinheiro conseguido ilicitamente pelas vendas do combustível serviram para compras de carros, casas, terrenos, dentre outras coisas. Os bens foram confiscados.
Os demais condenados eram trabalhadores da sociedade comercial Tchivangulula, transportadora de combustíveis, e funcionários da PRODEL e ENDE.
Os três absolvidos foram libertados por falta de provas. O julgamento decorreu no anfiteatro da universidade Mandume Ya Ndemufayo, na cidade do Lubango, e o espaço esteve completamente cheio.
Enquanto era lida a sentença, familiares dos réus choravam e outros desmaiavam, sendo que alguns até gritavam em jeito de descontentamento, tendo obrigado o juiz a admoestar verbalmente os familiares para que se mantivessem em silêncio, ordenando que quem não estivesse satisfeito que abandonasse a sala.
Os advogados de defesa mostraram-se insatisfeitos e disseram que havia falta de clareza na decisão condenatória. Por discordarem com a sentença, garantiram que irão recorrer ao Tribunal Supremo “porque nesse processo houve muitas irregularidades e as multas foram pesadas”.
Recordar que esse julgamento começou em Janeiro do ano em curso.