Casos de assassinatos de mulheres por desconhecidos preocupam activista e população da Lunda-Norte

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Uma mulher camponesa de 54 anos (na foto), que em vida respondia pelo nome de Angelina Cahanga Bandaxi, natural do Caungula, província da Lunda-Norte, foi assassinada num matagal arredores da Aldeia de Tximbulaje, município do Xá-Muteba.

Segundo apurou o Club-K, o caso aconteceu no dia 6 deste mês e foi supostamente protagonizado por homens não identificados, que, depois de morta, retiram da vítima os seus órgãos genitais, elevando assim  para três, o número de senhoras assassinadas nas lavras, nas mesmas circunstâncias.

Os dois primeiros casos deste ano foram registados nos meses de Novembro e Dezembro de 2024, nas áreas de Kaindende, regedoria de Tximbulage, no município de Xá-Muteba, onde após serem assassinadas, as mulheres foram igualmente removidos os órgãos genitais, os dedos dos membros superiores e inferiores, as mamas e os olhos, e de seguida foram queimadas.

Deniza Bamdaxi (irmã) da vítima, contou que “não é o primeiro nem segundo caso, já assassinaram muitas mulheres nesta parcela, sem que houvesse reacções por parte de entidades governamentais”.

Segundo ela, “com essa onda de assassinato de senhoras, o dirigentes angolanos, quer o Presidente da República, ministros e outros organismos do Estado, deviam parar e pensar, que todo homem nasceu de mulher, e quando matam as mulheres ao ponto de serem removidos aos órgãos genitais, dedos, seios, olhos e carbonizadas, é grave e muito vergonhoso”, lamentou.

Entretanto, o activista e defensor dos direitos humanos, Jordan Muacabinza lamenta o silêncio das autoridades competentes diante de denúncias de actos criminosos, por isso, apela a intervenção da Primeira-Dama da República, Ana Dias Lourenço, da vice-presidente do MPLA, e da Assembleia Nacional, para que as autoridades investiguem os presumíveis autores envolvidos nos assassinatos de camponesas nas suas áreas de cultivo na Lunda-Norte.

“Senhora Primeira Dama, Ana Afonso Dias Lourenço, actual vice-presidente do MPLA, senhora Mara Regina da Silva Baptista Domingos Quiosa, presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, na qualidade de serem mulheres, temos notado o silêncio e sono profundo quanto às mortes selectivas de mulheres (camponesas) na Lunda-Norte, pois se foram escolhidas para lugares de destaques é para defender todos e todas as pessoas de Cabinda ao Cunene e do Mar ao Leste”, disse o activista.

Jordan Muacabinza reforça ser necessária “uma intervenção de todas as autoridades no sentido de pôr fim a esses assassinatos de camponesas que há muito tem tirado o sono das mulheres em Cafunfo e Xá-Muteba”.

“Recentemente, a vice-presidente, disse Durante o seu discurso no seminário, em alusão aos 16 Dias de Activismo pelo fim da Violência contra Meninas e Mulheres”, com o lema “União para pôr fim à violência contra a Mulher, Carolina Cerqueira,  reconheceu  que a violência doméstica é um problema social, e que todos devem estar comprometidos em erradicá-la”, lembrou.

Para Muacabinza, “num país democrático, os direitos todos os cidadãos devem ser definidos e bem protegidos, mas aqui nas zonas por onde operam minas de diamantes, mulheres continuam a ser assassinadas e removidos os órgãos genitais, o que constitui uma grave violação dos  direitos humanos”, salientou.

O activista lembrou ainda que a onda de assassinatos de mulheres teve o seu ápice em 2008, onde dezenas de senhoras foram “barbaramente mortas”, e este cenário de remoção dos órgãos sexuais das vítimas continua, “sob o olhar impávido das autoridades locais”.

CK

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