CASA-CE: PARTIDOS RECUSAM RESPONDER A QUESTÕES DE ABEL CHIVUKUVUKU

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Membros da coligação preferem que Abel Chivukuvuku encontre outra forma para decidir o futuro da organização do que levantar uma série de questões para serem respondidas pelos partidos.

O vice-presidente da Convergência Ampla de Salvação de Angola-Coligação Eleitoral (CASA-CE), Manuel Fernandes (MF), assegurou esta semana que os partidos políticos coligados se recusaram
a responder às 15 questões levantadas pelo presidente Abel Chivukuvuku, a propósito das propostas apresentadas pelos membros, considerando-as uma “aberração”.

Segundo Manuel Fernandes, não faz “qualquer sentido” responder ao documento remetido aos partidos políticos, pelo facto de vir separar ainda mais a organização e fazer com que o quadro necessário para a harmonização da estrutura política seja afastado.

“O presidente reagiu às nossas propostas com 15 questões que ele gostaria que fossem respondidas e muitos de nós entendemo-las como uma aberração, porque as nossas propostas são claras e não precisariam de ser submetidas a um outro documento. Nós não estamos em condições de responder a perguntas nenhumas. O acórdão é claro aos olhos de todos. O que Abel Chivukuvuku fez é como se fosse um teste para ingressar numa universidade”, disse.

O deputado refere ainda que os membros dos partidos coligados estão disponíveis para concertar os mecanismos de implementação do acórdão que visa reaver a CASA-CE, para depois avançar com os outros objectivos.

“O mais importante neste momento para a coligação não é fazer negociações, mas sim avançar com a sua concertação e caminhar com base no novo espírito”, salientou. “Nós estamos preocupados com essa letargia e precisamos avançar rapidamente porque o ano político já arrancou com a abertura da sessão legislativa parlamentar e há muita coisa que precisamos superar do ponto de vista da luta política no geral”, disse MF, que acrescentou “há essa necessidade de se arrumar a casa para avançarmos com a luta de forma unida e consolidada”.

Para o político, cabe agora ao presidente da CASA-CE, Abel Chivukuvuku, ver se está em condições de avançar com os partidos coligados ou se pretende tomar outras medidas naquilo que é o seu exercício dentro da coligação. “É um momento delicado para todos nós. Estamos dispostos a trabalhar em conjunto, sem excepção. Agora, se o presidente decidir tomar uma outra posição, ninguém o impedirá”, opinou o dirigente.

Manuel Fernandes fez ainda saber que nesta sexta-feira, 19, a coligação vai reunir com o presidente, no sentido de se encontrar uma solução para o problema. “Na sexta-feira os membros vão reunir-se para vermos já a resolução desse impasse dentro da coligação.

E como se não bastasse, o próprio compasso de espera estratégico que estava a ser feito, acredito que era ver o caso do PODEMOS-JÁ. O tribunal já deu a sua palavra em face desse assunto através de um acórdão e agora as coisas
têm de andar porque queremos sair desse conflito”, contou.

Saliente-se que o acórdão n.º 497/2018, interposto pelos partidos políticos e datado de 14 de Agosto, colocou em posição de “desvantagem” o líder da coligação em relação aos seus principais colaboradores, em termos de hierarquia. O acórdão esclareceu que o presidente da CASA-CE não é líder dos partidos políticos, mas apenas um “simples” coordenador da plataforma política, segundo métodos adoptados pelos partidos políticos.

Fonte: Novo Jornal | António Gaspar

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