Candidatos com notas positivas excluídos do concurso da educação protestam em Benguela
Candidatos com notas “positivas” excluídos do concurso público do Ministério da Educação (MED) referente ao período 2023/2024 saíram às ruas de Benguela neste sábado, 7 de junho de 2025, para exigir o seu enquadramento no sistema de ensino.
Sob o lema “Enquadramento Imediato Já”, os manifestantes afirmam que, com esta acção, pretendem pressionar o Ministério da Educação (MED), liderado pela Luísa Grilo, a apresentar soluções viáveis para um problema que, segundo eles, já se arrasta há mais de um ano.
Os manifestantes, que se autodenominam “positivistas”, dizem não compreender a postura do MED, uma vez que, de acordo com eles, cumpriram todos os requisitos exigidos na altura, incluindo a obtenção de notas positivas nos exames — critério considerado fundamental para a aprovação no concurso.
Entre os motivos apresentados para a manifestação estão a carência de quase 60 mil professores no sistema de ensino, a falta de emprego e oportunidades para a juventude e o enquadramento imediato dos candidatos excluídos, mesmo tendo obtido notas positivas, por alegada insuficiência de vagas.
Dadilson Epalanga, coordenador dos positivistas na província de Benguela, mostrou-se indignado com a posição do Executivo. Para ele, é incompreensível que, diante da necessidade de mais professores no país, candidatos aprovados tenham sido deixados de fora.
“As situações que reivindicamos são pontuais. O país precisa de professores — essa é a realidade. Se o problema já foi identificado, estamos aqui para ajudar a encontrar soluções. Se há necessidade de novos professores, por que o Executivo não tem sensibilidade para enquadrar jovens com 14, 15 ou 16 valores?”, questionou.
Epalanga também destacou que a coordenação dos excluídos em Benguela não tem mantido uma relação saudável com o Gabinete Provincial da Educação: “A nível da província, não temos tido uma boa relação. Até agora, o silêncio tem sido a única resposta que recebemos.” disse.
Já o secretário para Assuntos Jurídicos do Gabinete do Presidente do Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA), António Cahebo, que se encontra em Benguela em missão de trabalho, afirmou que o MEA, em conjunto com a coordenação nacional dos candidatos excluídos, está a elaborar um documento a ser encaminhado à Presidência da República. O objetivo é pressionar o Executivo a tomar medidas concretas para o enquadramento dos positivistas.
A manifestação decorreu de forma pacífica, sob escolta da Polícia Nacional (PN), tendo iniciado no Liceu de Benguela e terminado no Largo da Juventude.
Fonte: O Decreto
Foto: Internet