Camponeses do 11 de Novembro clamam por licenças de construção negadas pela administração

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Os camponeses do Distrito Urbano da Cidade Universitária, no Município de Talatona denunciam que as Administrações se têm recusado a conceder as licenças de construção para permitir a contínua usurpação de terrenos por parte de supostos oficiais da Polícia Nacional (PN) e das Forças Armadas Angolanas (FAA).

Para exigir os seus direitos, os camponeses agendaram para os próximos dias, a realização de vigílias no Governo Provincial de Luanda (GPL), contra a “expropriação” das suas parcelas de terra.

As camponesas disseram que as Administrações do Talatona e do Distrito Urbano da Cidade Universitária, todos os anos, se recusam a conceder as licenças de construção às indefesas camponesas, privilegiando apenas a parte litigante, no caso a equipa do Comandante do Talatona, Joaquim do Rosário e do Tenente Geral, Rui Ferreira, que estão a erguer condomínios no local.

No terreno em litígio já foi construído o conhecido “Condomínio do Kino”, num espaço em que, os oficiais citados acima, são apontados de terem usado o nome do Estado angolano para satisfazerem os seus interesses.

Para tal, tiveram que correr com as camponesas instrumentalizando efectivos da Polícia Nacional, agentes do SIC, das FAA e Procuradores junto do Serviço de Investigação Criminal (SIC).

As vítimas que pedem o fim da presença dos órgãos de defesa e segurança do Estado nos terrenos apelam à sensibilidade do Presidente da República e Comandante-Em-Chefe, João Lourenço a garantir os direitos dos camponeses, que dizerem viver debaixo de “cubatas de chapas e papelões”, pois não conseguem construir porque, afirmam, “a administração não aceita nos dar as licenças”.

Recentemente, a Sociedade Konda Marta, cedeu um lote de terras à Liga dos Militares na Reforma (LIMAR), com vista à construção de residências para homens e mulheres que lutaram para a defesa da pátria.

O director da sociedade Konda Marta, Daniel Neto, lamentou que, o Tenente General da reserva e responsável da Liga dos Militares na Reforma, Sebastião Augusto Manuel Sanda, ainda não colocou nenhum bloco no terreno para o inicio das obras, mas já está associado ao grupo de “invasores” para a expropriação de outro terreno de camponeses nas proximidades do Instituto Superior Politécnico “Kalandula”, na zona do 11 de Novembro.

Denunciou ainda que, após a tomada de posse do novo Comandante Provincial de Luanda da Polícia Nacional, Francisco Ribas, o subcomissário Joaquim do Rosário deixou de fazer freqüência nos terrenos nem enviar os seus homens do campo, com o receio de ser exonerado, mas segundo Daniel Neto, o Comandante do Talatona “voltou nos seus negócios de terrenos”.

Joaquim do Rosário (comandante do Talatona) tem como seus pontas de lanças (homens do campo), o 3º subchefe do Comando da Polícia do Talatona, Sebastião Fernandes Manuel António e um construtor identificado apenas por Zacarias. São esses que cuidam dos “negócios de terreno” do subcomissário municipal do Talatona.

Radio Angola

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