Camponeses da empresa “Konda Marta” beneficiam de cestas básicas de deputados da UNITA

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A UNITA, por meio do seu Grupo Parlamentar, doou na sexta-feira, 15, várias toneladas de bens de primeira necessidade às camponesas do Distrito Urbano da Cidade Universitária, no município do Talatona, em Luanda, que se encontram em litígio fundiário com altas patentes da Polícia Nacional (PN) e das Forças Armadas Angolanas (FAA).

São mais de quinhentas camponesas que, por falta de condições de habitabilidade, vivem em situações de vulnerabilidade em casas de papelões e chapas de zinco, com vista a dar protecção aos terrenos na zona do 11 de Novembro, no Camama, mas que não conseguem construir as residências, devido a força policial, alegadamente a mando do comandante municipal do Talatona, Joaquim do Rosário, uma das figuras mais visadas nas lides castrenses na usurpação de terrenos na capital do país.

No local, a comitiva de deputados da UNITA, encabeçada pelo parlamentar Adriano Sapiñala, secretário provincial do partido em Luanda, ofereceu 60 sacos de fubá de milho, 60 sacos arroz, 40 caixas de massa, 18 caixas de óleo e 40 sacos de sal, um gesto que deixou satisfeito os camponeses controlados pela Sociedade Konda Marta.

À imprensa, o secretário provincial da UNITA em Luanda, Adriano Sapiñala Abel, fez saber que o representa o cumprimento do Grupo Parlamentar da UNITA, quando garantiu que os subsídios provenientes dos fundos de instalação dos seus deputados, 50% serviriam para ajudar a suprir algumas necessidades das famílias mais vulneráveis.

O político do maior partido na oposição revelou ainda que, dos mesmos fundos, quatro das 18 províncias já beneficiaram de doações: Bengo, Kuanza-Norte, Luanda e Kuanza-Sul, tendo garantido que as demais regiões do país vão igualmente beneficiar de cestas básicas.

Adriano Sapiñala assinalou por outro lado que o uso dos fundos de instalações dos deputados permitiu a construção de uma ponte num dos municípios do Kuanza-Sul, sublinhando que por esta altura está a ser construída uma escola em Luanda, a fim de albergar as crianças fora do sistema de ensino.

“Este fundo de solidariedade está a ser distribuído para vários e pequenos projectos e que venham ter impacto na vida das comunidades”, disse salientando que “viemos prestar solidariedade a esta comunidade carenciada, e não podíamos estar impávidos diante desta situação”, frisou.

E, o director da empresa “Konda Marta”, Daniel Neto enalteceu o gesto do Grupo Parlamentar da UNITA, pois segundo ele, a solidariedade manifestada com as camponesas “demonstra que são de facto representantes do povo na Assembleia Nacional”.

O porta-voz dos camponeses reiterou que a comunidade que enfrenta todos os dias a usurpação das suas parcelas de terra, passa por diversas necessidades, por isso, disse Daniel Neto, “qualquer organização partidária que quiser ajudar as famílias, tal como a UNITA fez, será bem-vinda”.

Comandante do Talatona volta ao terreno em litígio

No dia seguinte, após o acto de doação de bens de primeira necessidade às famílias pela UNITA, o comandante do Talatona, Joaquim do Rosário, segundo a denúncia de Daniel Neto, esteve no terreno em causa, com um grupo de empresários para entregá-lo à uma empresa chinesa.

Segundo Daniel Neto, o subcomissário Joaquim do Rosário e João Mufuma, comandante da Esquadra da Polícia da Vila Kiaxi, acompanhados da sua melhor cliente, identificada apenas por “Santa”, proprietária da empresa H&S, com vista à vedação de todo o perímetro.

Para ele, trata-se de mais um acto de abuso de autoridade. “Essa manhã de sábado, quando era 7h00, vieram com uma equipa grande e disseram que agora vão ver assim que denunciaram o ministro, então todo o terreno vai ser mesmo vedado”, contou Daniel Neto.

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