BPC OBRIGA FUNCIONÁRIO A ASSINAR DEMISSÃO DEPOIS DE ESCREVER CARTA À DIRECÇÃO

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Carlos Cabaça é funcionário do Banco de Poupança e Crédito, instituição pública. No dia 11 endereçou uma carta a todos os administradores e directores do BPC, e no dia seguinte foi chamado à reunião onde três funcionários superiores lhe obrigavam a assinar um documento para demissão sem lhe ter sido permitido ler sequer o conteúdo. Carlos negou com veemência e conseguiu sair do encontro, mas sem esperanças de manter-se no emprego.

Os três funcionários, nomeadamente o director da Auditoria Interna, Jeraldino Ngombo, a directora e a subdirectora do Recursos Humanos, Hendrika Kiala Monteiro e Maria Manuela Nascimento, disseram-lhe apenas que estava obrigado demitido do banco porque será expulso. Carlos não tem dúvidas: é a reacção à carta que enviou ao conselho de administração e todos os funcionários superiores com uma crítica objectiva cujo propósito é o de melhorar a actividade laboral do banco, mediante uma “cultura de gestão participativa”, como se pode constatar no texto integral que abaixo colocamos.

 

Carlos Cabaça

“Excelência, sabemos nós que o paradigma de gestão do banco falhou, e falhou porque? Para alem das questões sobejamente, sabidas por todos, a outra deveu-se ao facto de não valorizarem os quadros por excelência, valorizando, a bajulação, corrupção, nepotismo e por ai a fora.

Caros colegas, uma das premissas fundamentais para, moralização e incentivo dos quadros, é a progressão de carreira, será que existe no nosso banco? Em minha opinião não existe, excepto, os casos, que envolve pessoas do interesse da chefia, por via do nepotismos.

Trago os argumentos de defesa da minha tese, com relação a essa temática, conforme o abaixo articulado.

1-      Quando o banco vai buscar paraquedistas para exercerem cargos de chefia, nomeadamente, chefes de Departamentos, Subdiretores e Diretor.

2-      Quando o banco, nunca se preocupou com avaliação de desempenho dos seus quadro.

3-      Quando vários quadros entram no banco, como gestor clientes, sem se quer ter  passado por alguma Agência

4-      Quando os Directores assume as Direções de forma vitalícia

5-      Quando os gerentes assumem as Agência de forma vitalícia

6-      Quando o banco nomeia Gerentes, Subgerentes provenientes das Direcções e sem o mínimo de competência

7-      Quando o banco nunca realizou um concurso interno, para progressão de carreias

Caros colegas estes são alguns exemplos de muitos, um especto que me parece importante é pensarmos que tudo que esta referenciado, funciona como um tampão, para que a fila esteja sempre parada, por outro lado ilustres os nossos chefes tem que deixar de pensar que progressão de carreia é feita apenas por via de nomeações, elas podem ser feitas, por via da avaliação de desempenho que não existe verdade seja dita, fazendo com que o quadro muda de nível ou grupo salarial.

Excelência senhor Presidente Dr. Alcides Safeca, digníssimos Administradores, não é possível cobrar resultados se não haver mudança de paradigma, no que a valorização dos quadros dizem respeito, é impensável um TOB, Tesoureiro, Técnicos das direções, estarem a mais de 10 anos sem ter qualquer promoção, quer ao nível do grupo salarial assim como em todos os domínios.

Excelência até o mandato Presidencial tem tempo determinado, porque que no BPC, a chefia é vitalícia?

Excelência com todo respeito é necessário analisarem com profundidade, esta matéria para que o TOB e outros técnicos, não estejam condenados a atingir a reforma sem sentir o sabor de uma promoção.

Recentemente fez-se uma avaliação de desempenho com a velocidade de Ferrari, mas os resultados estão a vir de Cambomborito.

Obs: Criticar os actos dos Administradores ou até do senhor Presidente, não configura um mal, temos que pensar global e agir localmente.

Sem mas assunto de momento.

Na espectativa de que a temática terá tida a devida conta, por parte de todos os colegas sobretudo o senhor Presidente Dr. Alcides Safeca.-

Boa leitura e ótima reflexão.

Atentamente,

Carlos Cabaça

Por uma cultura de gestão participativa”

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