Para o académico João Lokombo Nzatuzola, o facto de, durante a campanha eleitoral, não ter havido confrontos entre partidários não faz deste este pleito o melhor.
“Foi lamentável a troca de farpas. Devia haver debates entre os candidatos e a troca de palavras não ajudou a apaziguar os espíritos”, defende Nzatusola.
O responsável da organização não governamental Friends of Angola (FoA), Florindo Chivucute, também entende que a falta de debates entre os candidatos e o desequilíbrio na cobertura dos actos políticos por parte da imprensa pública prejudicaram a campanha eleitoral.
“Foi uma grande violação o uso dos órgãos de informação públicos em benefício do partido no poder, os programas de Governo não foram amplamente divulgados porque não houve debates”, aponta Chivucute, para quem discurso inflamatório do Presidente João Lourenço em Benguela teve muita força e, como Chefe de Estado, isso não é bom”.
Quem é da mesma opinião é o activista social André Augusto para quem “os angolanos ficaram perplexos com o último discurso do candidato, João Lourenço, em Benguela, onde acusou os membros da sociedade civil de serem burros, lumpens e arruaceiros”.
“Ele fez passar de que não está a ver os adversários como tal mas como inimigos”, aponta aquele activista.
Na quarta-feira, cerca de 14 milhões de eleitores angolanos escolhem os seus deputados e, consequentemente, o Presidente da República e Governo que vão dirigir o país.