AMOR: A FÓRMULA UNIVERSAL

Compartilhe
Edson Kassanga

Tema central de canções e narrações que se tornaram tão singulares e, por conseguinte,  veneradas de geração em geração, o amor conjugal vem sendo rotulado como um sentimento típico de gente inexperiente, antiquada, utópica e outros adjectivos desprezíveis, em razão do materialismo transformar-se, vertiginosamente, numa das mais expressivas características das sociedades actuais.

Não obstante esta lamentável transformação (super valorização dos bens materiais em detrimento dos valores morais) ainda existem pessoas, umas de modo subentendido e outras abertamente, que ainda acham do amor o sentimento mais sublime dos sentimentos que o ser humano pode sentir e que continuará a ser, por toda eternidade, o propósito pelo qual a humanidade  irá direcionar as suas reflexões e acções. Para estas pessoas, ricas e pobres, cultas e analfabetas, boas e más, velhas e jovens, não existe maior felicidade do que amar ser amada. Porém, este privilégio não é como o sol que emite luz e calor para toda gente, não deriva de um objecto que pode ser comprado em qualquer canto, não se alcança pela força e muito menos através da herança.

O mundo está recheado de histórias de amor nas quais é possível perceber qual fórmula funcionou para que certos personagens principais tivessem uma relação de causar inveja; as pessoas que dedicam-se ao estudo da vida amorosa e algumas celebridades publicam livros, científicos e não, sobre aquilo que julgam ser a chave mestra do amor conjugal. Além destes, os velhos da terceira idade partilham testemunhos das respectivas vidas sobre o mesmo assunto.

Quer pela ficção, pelos estudos e pelas experiências pessoais ouvem-se fórmulas tais como: “as melhores relações são aquelas em o parceiro deixa que os seus pais escolham a sua parceira”, “as m.r. (melhores relações) são aquelas em os parceiros foram amigos de infância”, “as m.r. são aquelas em que os parceiros têm as mesmas características, gostos e sonhos”, “as m.r. são aquelas cujo os membros têm características opostas”, ” as m.r. são aquelas em os parceiros conhecê-se nas circunstâncias A e nos locais M, têm ser natural de O, antes têm de ser apenas amigos por tempo R;  têm que relacionar-se deste ou daquele modo”, etc. Observa-se desde logo, a existência de muitas fórmulas do amor em que algumas apresentam-se contraditórias. Perante esta multiplicidade de fórmulas, qual delas pode resultar para qualquer pessoa? Qual é a universal?

Diz-se que “a vida é uma escola”, na medida que, ela ensina a ter capacidades em adquirir mais conhecimentos,  a ajusta-los e a substitui-los pelos outros, à medida que cada pessoa for caminhando rumo à realização dos seus sonhos. Obviamente, o alcance do sucesso amoroso também requer esta capacidade em aprender e desaprender fórmulas, quer sejam adoptadas como resultado das próprias experiências, quer das pessoas ao redor ou ainda como resultado das histórias de amor retratadas em livros, pois que, as pessoas não são iguais.

Efectivamente, as pessoas não são iguais. Cada uma delas faz-se, constantemente, acompanhar pelo seu modo de olhar o mundo, que é construído pelas suas experiências, maneiras de interpretação, atitudes, sonhos, fraquezas, paixões e, sobretudo, noções de felicidade. Por conseguinte,  o desempenho de cada pessoa numa relação amorosa, e não só, é determinado por este modo de olhar o mundo. E já que cada um tem a sua visão sobre o mundo é improvável que uma fórmula amorosa, que tenha dado bons resultados para certas pessoas, dê os mesmos resultados para todas as pessoas. Assim sendo, chega-se à conclusão que não existe nenhuma fórmula que resulte para toda gente (universal). Cada caso é um caso e para cada caso uma fórmula.

Por esta razão, recomenda-se elasticidade em ajustar ou mudar as fórmulas amorosas para desfrutar do gozo suprassumo de amar e ser amado, intensamente, desde que, não falte coragem para terminar uma relação, quando, de modo injustificável, a infelicidade for superior que a felicidade.  Por mais aguçados e traiçoeiros que forem os espinhos da rosa cor de rosa, mais vale tentar trepar até ao topo para pousar sobre ela e, finalmente, sentir o deleite proveniente da sua cor fascinante e o aroma inebriante, nem que por pouco tempo, do que viver aprisionado pelos próprios preconceitos, morrendo de arrependimento por não ter aproveitado as chances que teve para amar e ser amado.

Leave a Reply