Alexandra Simeão preside HANDEKA, associação comprometida com a cidadania

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Alexandra Simeão foi eleita Presidente de Direcção da HANDEKA, uma associação cívica que nasceu sábado último, 24, com o objectivo de criar nos cidadãos a consciência da responsabilidade de que só com a sua participação se conseguirá fortalecer as instituições políticas e sociais do país.

Fonte: Correio Angolense

A associação pretende igualmente garantir que, através da consciência cívica, os cidadãos sejam capazes de influenciar com maior eficácia e rigor o desempenho da Lei, bem como de ajudar a construir uma postura sem medo e capaz de permitir que o povo exija o cumprimento do país democrático. A novel organização propõe-se igualmente a trabalhar para que o povo assuma a sua posição de soberano a todo o momento e seja garante de uma fiscalização permanente da saúde do Estado de Direito.

A HANDEKA é o culminar de um projecto desenhado pelo advogado Luís do Nascimento, que conseguiu juntar um grupo heterogéneo, cujo laço comum é a defesa de um caminho inclusivo que permita retirar Angola do patamar das desigualdades e da ofensa constante ao pleno exercício de cidadania que atinge milhões de cidadãos.

A  palavra HANDEKA tem origem na língua nacional Ngangela e em português significa “oh tu que não tens voz, fala”. A associação veio ao encontro da expressiva vontade de denunciar os constrangimentos que impedem o usufruto de direitos iguais à nascença por todas as pessoas.

A profundidade do silêncio do povo angolano, que não é ouvido fora do momento eleitoral, ganha com esta associação um espaço de defesa dos seus interesses com a promoção de uma Plataforma de Expressão e Participação. Por isso, pretende ser eco de todas as transformações sociais necessárias para dar poder a todas as franjas marginalizadas e excluídas do pleno exercício da cidadania.

A assembleia constitutiva da HANDEKA elegeu ainda Mário Paiva para o cargo de Vice-Presidente de Direcção e Mbanza Hanza para o de Secretário Geral. Os órgãos sociais ficaram completos com a eleição de Manuel de Victória Pereira para a Presidência da Mesa da Assembleia-Geral, tendo Luaty Beirão como Vice Presidente e Maria Helena Mac-Mahon como Secretária. A Presidência do Conselho Fiscal ficou sob a responsabilidade de Luís do Nascimento, coadjuvado pelos vogais David Kaquarta e Manuel Ngangula.

Ao Correio Angolense, Alexandra Simeão, disse que o exercício da cidadania não pode ser refém da militância partidária e que aquela não se pode continuar a restringir ao voto. “Há que conquistar espaços plurais para que todas as pessoas, independentemente de terem ou não filiação política, possam ter expressão livre”, sublinhou.

Acrescentou que “foram identificados dez inibidores dos direitos dos cidadãos e que será sobre esses pontos que a HANDEKA irá trabalhar para criar harmonia e resultados que permitam contribuir para fazer nascer um caminho que seja consensual e que fortaleça a democracia”, explicou.

Apontando o que qualifica como factores inibidores do pleno exercício da cidadania, Alexandra Simeão referiu que “entre estes constrangimentos pudemos tomar conhecimento que se referem às dificuldades existentes ao nível do registo civil, a necessidade de se aprofundar o entendimento sobre o ensino primário que deve reflectir as exigências do século XXI e a actual realidade nacional, o medo, a revisão parcial da Constituição, pluralismo, liberdade de informação e expressão, despartidarização do Estado, corrupção, pertinência da actual Lei e instituições de assistência social e a Fome”.

O Correio Angolense sabe que o porta-voz da associação e responsável pela comunicação e imagem é Luaty Beirão e que os mandatos dos órgãos sociais serão de apenas um ano renovável por mais um, com excepção do primeiro, que por ser constitutivo estender-se-á por dois anos renovável por mais um. O modelo foi adoptado para que se assista a uma constante dinâmica da associação, que pretende ser exemplo da negação de mandados de longa duração.