AGOSTINHO KAMUANGO É O NOVO SECRETÁRIO-GERAL DA JURA

Eleito na noite deste sábado, 10 de Novembro, como novo secretário-geral da Juventude Unida Revolucionária de Angola (JURA), braço da juventude da UNITA, Agostinho Kamuango venceu o conclave com 187 votos dos 358, número correspondente aos delegados provenientes das 18 províncias e diáspora.

Texto de Simão Hossi

Com o lema “JURA, nova etapa, nova dinâmica para a vitória”, o IV congresso ordinário que decorreu de 8 a 10 de Novembro no complexo Sovsmo, em Luanda, Agostinho Kamuango substituiu Alicerces “Aly” Mango, secretário-geral cessante e também candidato derrotado à segunda volta.

Agostinho Kamuango vence depois de ter sido derrotado nos últimos dois congressos, ultrapassando o deputado Aly Mango. O congresso terminou à tarde deste domingo, dia 11, com a entrega das pastas ao novo líder da ala juvenil do partido dos “maninhos”.

O novo SG da JURA disse, em seu discurso de tomada de posse, que há espaço para todos, pelo que procurará integrar os seus companheiros que disputaram o cadeirão máximo da liderança da JURA porque entende que a “JURA é um instrumento ao serviço do partido, por isso tem a missão de fazer a interpretação fiel da mensagem dada pela direcção do partido”.

Kamuango liderou os votos em quase todas as mesas de voto na primeira e segunda voltas. Dos 358 delegados presentes no congresso, oito deles foram candidatos ao cargo de SG, nomeadamente, Elsa Pataco, José das Dores, Rafael Mukanda, Nelito Ekuikui, Agostinho Kamuango, Aly Mango, Kafu Sabino e Oseias Chilemba.

Aly Mango, o candidato derrotado à segunda volta, buscava uma reeleição depois de dirigir os últimos quatro anos da organização. Felicitou o secretário-geral eleito e afirmou estar disponível para trabalhar com o novo líder caso seja chamado. “Estaremos ao seu dispor para que em conjunto possamos engrandecer a nossa JURA para garantirmos também a vitória do partido”, frisou.

Chamado a proferir o discurso de encerramento do IV congresso ordinário da JURA por imperativo dos seus estatutos, o presidente da UNITA Isaías Samakuva disse que a organização juvenil do seu partido deve criar programas de intervenção social que ajudem a reduzir a pobreza, garantir a integração social dos jovens, promoção do engajamento cívico dos jovens, e o maior dinamismo no seio dos jovens do partido. Samakuva voltou a chamar a atenção, tal como o fez no acto de abertura, que não quer ver uma JURA de gabinetes, num discurso que está a ser interpretado como sendo um cartão vermelho ao consulado do deputado Aly Mango que é também acusado de ter matado a força da juventude de partido por não se ter registado a força ou o papel característico da “Juventude Revolucionaria de Angola”. Por este motivo o líder dos “maninhos” quer voltar a ver a JURA nas ruas, fora dos gabinetes, trabalhando activamente no desenvolvimento das consciências cívicas, sociais, comunitárias dos cidadãos.

Várias foram as individualidades que participaram como convidados na sessão de abertura e encerramento, entre elas o representante do Partido Socialista português (PS), do Conselho Nacional da Juventude e do 1.º secretário-nacional da JMPLA, braço juvenil do MPLA, partido no poder, Sérgio Luther Rascova, caracterizado como sinal de mudança que se vive na chamada “nova Angola”.