ADMINISTRADOR MUNICIPAL DO LOBITO TIRA DIVIDENDO NA VENDA DE TERRENOS TIDOS COMO RESERVA FUNDIÁRIA DO ESTADO
Segundo apurou a Rádio Angola, as autoridades administrativas do Lobito incutiram aos munícipes, vezes sem conta, a ideia da não existência de terrenos para auto-construção dirigida na zona nobre do litoral do município do Lobito.
Eduardo Ngumbe | Benguela
A população diz que para sustentarem as suas “afirmações nefastas”, os dirigentes da administração municipal do Lobito, sempre alegaram que os espaços existentes eram “Reservas Fundiárias do Estado” e que, quem quisesse requerer um terreno para a construção da sua casa, só teria uma opção: Zona alta do Lobito, para lá do Kulango, distante do centro da cidade, sem água, energia e outros serviços mínimos necessários para a satisfação da vida, é lá onde podiam encontrar a solução.
Para o espanto dos populares, nota-se ao que chamam de contraste da narrativa antes proferida com pompa e circunstância: “Ontem, para fazerem passar essa ideia usaram a imprensa desequilibrada e desonesta, essa que é, tão-somente, o quarto poder e, assim, ludibriaram o povo dormente no conformismo”, afirmaram.
Segundo os moradores do Lobito, “hoje, para encobrirem as suas realizações inconfessas”, os dirigentes da administração “dispensaram esta mesma imprensa e dão-nos a assistir clandestinamente o crime que cometem a luz do dia com o beneplácito da Polícia Nacional”.
Entendem que, “havia uma mentira grosseira em volta das declarações antes ditas, os terrenos sempre existiram, mas só para gente endinheirada e poderosa, faltou, a meu ver, especificação da tal vergonhosa segregação”, disse um dos activistas do Lobito.
Neste processo, referiram ouvidos pela Rádio Angola, o administrador municipal chamou para si de forma individual, todo o protagonismo, sendo que até homens ligados a área técnica afectos a sua administração, “não foram tidos nem achados”.
O administrador Nelson da Conceição movendo-se pela razão de seus conselheiros, teria leiloado os hectares de terra entre 20/20m e 20/15m, e a denuncia dos populares indica que o mesmo está a oferecer aos governantes, generais, e a vender a pessoas com posses por formas a criar aliados fortes com intenção de tirar dividendos futuros.
A Rádio Angola sabe de fontes seguras que, há cidadãos detentores de documentações credíveis que testam a titularidade de tais terrenos adquiridos a administração do Lobito, mas que, lhes é colocados em listas de espera durante décadas por resolução de um impasse administrativo causado pelos gestores da cidade ferro-portuário do Lobito.
O cidadão Bento Adriano, é um exemplo disso e diz ter adquirido em 2004, um terreno de 18m/15m no valor de 30.000 kwanzas no bairro do Compão, Zona Baixa da Cidade na era do Administrador Bettencourt.
Passados 15 anos, continua vendo ao binóculo a solução deste impasse que, segundo contou, tem lhe causado enormes frustrações visto que, de lá para cá, já passaram três administradores afectos ao partido que governa há mais de 40 anos o país e a falta de vontade cimentada com arrogância e ganância dificulta o fim satisfatório do caso.
A Rádio Angola tentou o contacto com o administrador municipal do Lobito, mas não resultou.