Administrador do Cuango “não responde” carta dos manifestantes que apoiam iniciativa do Presidente João Lourenço sobre divisão da Lunda-Norte
O administrador municipal do Cuango, Gastão Kahata Júnior Goge, província da Lunda-Norte, está a ser acusada de ter “negado” a realização de uma manifestação de activistas, que apoiam à proposta da nova divisão político-administrativa.
Jordan Muacabinza | Cafunfo
Um grupo de membros da sociedade civil da região do Cuango, particularmente do sector de Cafunfo, convocou para o próximo sábado, 4 de Setembro, uma manifestação de apoio ao Presidente da República, João Lourenço, que recentemente fez sair um decreto que determina a criação de cinco novas províncias.
O Decreto Presidencial nº 104/21 de 8 de Julho, defende a divisão das províncias de Kuando-Kubango, Moxico, Malange, Uíge e Lunda-Norte, esta última aquém os activistas de Cafunfo manifestam-se a favor para a criação de uma nova província, dado o nível da degradação social das suas populações.
A sociedade civil, segundo apurou a Rádio Angola, diz-se disposta a sair às ruas do Cuango e Cafunfo, para apoiar a decisão do Presidente da Republica de Angola, João Manuel Gonçalves Lourenço, por ter tomado iniciativa de dividir cinco das 18 províncias, com maior em foque à Lunda-Norte, tendo em conta os conflitos constantes que têm vindo a causar situações críticos nesta província.
Para os activistas, a situação sócio-económica dos municípios desta região leste de Angola que não tem correspondido com os anseios das populações, isto de acordo com eles, “obriga a muitos a aderirem à passeata para agradecer ao Executivo angolano pela iniciativa”.
Para a realização da passeata nas principais artérias de Cafunfo e Cuango, os organizadores endereçaram cartas aos órgãos do Estado, para que tomem o conhecimento e garantirem a segurança dos participantes da passeata.
A organização garante que a passeata será pacífica, pelo que, “condena a presença de armas de fogo e outros objectos contundentes, por isso, para o seu o êxito pedimos o apoio das forças da ordem e segurança”.
Com base nos convites enviados pelos subscritores, refere o documento a que a Rádio Angola teve acesso, espera-se a participação de, pelo menos, cinquenta pessoas e cumprindo com o Decreto Presidencial nº 77/21, de 26 de Março, sobre a actualização das medidas excepcionais e temporárias a vigorar durante a situação de calamidade pública declarada por força da pandemia da Covid-19, a organização, não só impõe a obrigatoriedade do uso da máscara facial, como também a observação escrupulosa do distanciamento social durante o acto.
Os organizadores da passeata de apoio ao Presidente João Lourenço sobre a proposta lei da divisão político-administrativo no município do Cuango, acusam a administração local, por alegadamente, não ter respondido até ao momento ao comunicado, que visa dar a conhecer às autoridades a passeata pacifica, que deu entrada a 26 de Julho de 2021, com a cópia ao Comando Municipal da Polícia Nacional do Cuango.
O documento, de acordo com os activistas, deu igualmente entrada na 2ª Esquadra da Polícia em Cafunfo e ao Serviço de Investigação Criminal (SIC)-Cuango.
“Desde o dia em que se fez a entrega do documento até a presente data, a administração municipal nunca deu qualquer respaldo sobre o evento programado”, lê-se.
Garantem que, com ou sem o pronunciamento da administração do Cuango, a sociedade civil local vai sair às ruas em passeata de apoio à criação de uma nova província na Lunda-Norte.
“Contudo apelamos de modo a retirar as autoridades locais, quer administração, quer os órgãos de segurança e defesa nacional, que a manifestação está consagrada na constituição no seu artigo 47º da CRA, que no próximo sábado dia 4 de Setembro de corrente ano iremos sair à rua, passeata essa de apoio ao presidente João Lourenço sobre a divisão político-administrativa de acordo com documentos em vossa posse”, refere o comunicado.