Activista Luther King colocado em liberdade após condenação com pena suspensa por cinco anos

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Oiça advogado:

 

O Tribunal de Luanda condenou esta sexta-feira, 17, o activista Luther Campos a uma pena suspensa pelo crime de instigação pública.

Após ficar um ano detido, o também conhecido como “Luther King”, foi devolvido a liberdade, com pena suspensa por cinco anos.

No rigor, o activista teria direito a indemnização de cerca de um mês, já que a pena a que foi condenado é de apenas um ano e ficou preso 13 meses. Contudo, foi condenado a pagar uma taxa de justiça de 100 mil kwanzas.

Luther King foi absolvido dos crimes de associação criminosa, ultraje e rebelião, tendo sido responsabilizado apenas por instigação à desordem pública, pela qual ficou detido.

Segundo o tribunal, não foram reunidas provas suficientes que comprovem que o activista terá ofendido o presidente João Lourenço, em Janeiro de 2022, durante greve dos taxistas, em Luanda.

A defesa está “parcialmente” satisfeita. O advogado Francisco Muteka esperava que o seu constituinte fosse absolvido de todos os crimes.

“Fizemos o nosso dever, cumprimos com aquilo que é entregar o arguido ao convívio familiar. Evidenciar esforços no sentido de devolver a liberdade o arguido, o coitado ativista para casa ao convívio da sua família”, disse Muteka.

Em curta declaração à imprensa, o activista, que também foi associado aos atos de vandalismo contra a sede do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder, durante a greve dos taxistas no ano passado, em Luanda, disse que vai continuar a lutar pelos angolanos.

“Graças a Deus fui restituído à liberdade. Vamos continuar. Temos a necessidade urgente de defender Angola e os angolanos”, afirmou Campos.

De recordar que durante esta mesma greve houve a vandalização do Comité de Acção do MPLA no Benfica e a destruição de um autocarro do Ministério da Saúde, pelos quais 21 jovens estão a responder judicialmente.

Lembrar que antes da sua detenção, o activista partilhou, através das suas redes sociais, denúncias de que estava a ser procurado pelas autoridades angolanas, acusado de vários crimes, mas o mesmo garantia que no dia 10 de Janeiro, data dos factos, ele não esteve em Benfica, local dos protestos e que a sua imagem veiculada na Televisão Pública de Angola era antiga, de uma manifestação ocorrida em 2021, na zona dos Congolenses, na Avenida Deolinda Rodrigues.

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